Feridas abertas

Editorial

Feridas abertas

O incêndio da boate Kiss completou ontem sete anos. Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, 242 pessoas morriam em um incêndio que entrou para a história das tragédias e colocou Santa Maria, o RS e o Brasil nas…

O incêndio da boate Kiss completou ontem sete anos. Na madrugada de 27 de janeiro de 2013, 242 pessoas morriam em um incêndio que entrou para a história das tragédias e colocou Santa Maria, o RS e o Brasil nas manchetes de jornais no mundo inteiro.
Além do sentimento de consternação geral que invadiu lares em todo o país, o luto pela perda de amigos e parentes também impactou diretamente pessoas no Vale do Taquari.
Entre os diretamente afetados pelo caso, estavam pelo menos três pessoas com vínculos com a região. Conforme reportagem do jornal A Hora sobre incidente na época, uma estudante natural de Paverama morreu, um jovem de Arroio do Meio precisou ser hospitalizado e uma lajedense estava no estabelecimento quando tudo aconteceu.
De lá para cá, o que mudou para que catástrofes como essa não se repetissem? De fato, o desastre foi um divisor de águas quanto ao rigor na fiscalização de casas noturnas e estabelecimentos públicos e comerciais. Ainda em 2013, a Assembleia Legislativa aprovou o projeto que ficou conhecido depois como Lei Kiss.
Aprovada às pressas e sob pressão pública sem precedentes, a legislação precisou passar por vários ajustes e seguem em mutação. Os Planos de Prevenção Contra Incêndios (PPCIs) se tornaram uma das principais atividades do Corpo de Bombeiros, que com pouco efetivo não consegue garantir os procedimentos na agilidade e velocidade ideais.
Nesta semana ainda, a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM) enviou uma carta aberta ao governo do estado pedindo explicações sobre a prorrogação da Lei Kiss. No final de dezembro, o prazo limite para adequação de empreendimentos públicos e privados foi estendido por mais quatro anos.
No que diz respeito ao Judiciário, ainda perdura uma vasta lacuna. Passados sete anos da tragédia, ninguém foi responsabilizado e o julgamento, previsto para março, está repleto de indefinições em um imbróglio jurídico que frustra as expectativas de quem clama por justiça.

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