Rosa Maria Rodrigues Lemos, 50, completa em agosto 30 anos como funcionária do Hospital Bruno Born (HBB). Começou como auxiliar de enfermagem, foi técnica, enfermeira e hoje é a coordenadora do atendimento 24 horas e da emergência da maior casa de saúde da região. De tudo o que já passou, carrega a certeza de que fez as escolhas certas e está onde gostaria de estar.
• Como começou sua história no HBB?
Comecei em 1990. Vim da cidade de Esmeralda. Na época, eu fazia auxiliar de enfermagem na Univates. Trabalhava pela manhã e fazia o curso à tarde. Terminei o curso e um tempo depois, veio uma nova determinação de que não haveriam mais auxiliares. Então fiz mais oito meses de curso e me tornei técnica em enfermagem. Foi aí que pensei, vou fazer uma graduação e comecei a estudar enfermagem na Unisc.
• Ao longo desses anos, passou por diversos setores, como chegou na emergência?
Quando estava terminando a faculdade, eu trabalhava no bloco cirúrgico a noite. Fazia plantão de doze horas e folgava no outro dia. Faltava um mês para concluir a graduação e a coordenadora da enfermagem me chamou e disse que havia uma vaga na emergência. Eu sempre quis trabalhar nesse setor. Me tornei enfermeira assistencial no turno da tarde.
• Depois disso, como se tornou coordenadora do setor? Pois é uma função diferente, pois deixa de atender para ser gestora da equipe.
Eu não queria. Achava que era muita coisa. Seria muita cobrança e eu não tinha experiência na gestão de pessoas. Hoje eu vejo, os coordenadores tinham visto em mim uma liderança que eu não conhecia. Na época, o diretor técnico era o doutor Sérgio Marques. Ele veio falar comigo e disse: “Rosa, tu vai aceitar. Vamos trabalhar em equipe.” Eu conhecia ele, já tínhamos trabalhado juntos então aceitei. É até meio chato dizer, mas é verdade. Tudo o que eu evoluí foi devido ao hospital. Toda minha formação foi aqui dentro e sou muito grata por tudo.
• Qual o segredo para durar tanto tempo nessa profissão tão difícil?
O segredo é nunca parar de evoluir, de se qualificar e se adaptar. Hoje tenho de conhecer muito mais do que quando comecei. Usar a tecnologia, saber operar o sistema, conhecer sobre os protocolos de saúde. Tudo evoluiu. Os tratamentos, os medicamentos e até mesmo o ensino. As crenças na medicina também mudaram em 30 anos. Então, o que digo é, não podemos ficar estacionados.