Fim de ano sem água

Editorial

Fim de ano sem água

A virada do ano será tumultuada para centenas de famílias atingidas pelos problemas de distribuição de água no Vale do Taquari. Apenas em Estrela, são cerca de 500 residências sem o abastecimento pleno, em meio aos dias mais quentes de…

A virada do ano será tumultuada para centenas de famílias atingidas pelos problemas de distribuição de água no Vale do Taquari. Apenas em Estrela, são cerca de 500 residências sem o abastecimento pleno, em meio aos dias mais quentes de 2019.
Um protesto organizado ontem pela comunidade estrelense reivindicou soluções junto à unidade local da Corsan. São recorrentes os episódios de falta d’água, e a população afetada demonstra já ter perdido a paciência.
Ao longo do ano, foram diversas as reportagens feitas pelo A Hora sobre desabastecimentos, seja no serviço prestado pela companhia estatal, bem como pelos governos municipais. Não se trata de um problema restrito a Estrela. Há relatos de situações semelhantes em pelo menos outras cinco cidades: Lajeado, Bom Retiro do Sul, Westfália, Teutônia e Marques de Souza.
É inconcebível que cidadãos, com as contas pagas em dia, não têm água garantida para as necessidades de suas rotinas. Em determinados lugares, um elemento básico para a vida torna-se artefato raro.
Tomar banho ao chegar do trabalho, lavar a roupa e a louça, e ter água suficiente para as atividades domésticas. Para muitos, algo básico virou um privilégio. Em localidades do interior, produtores rurais são obrigados a conviver com transtornos, que afetam tanto a qualidade de vida como o trabalho agrícola e a criação de animais.
Conforme a ONU, um ser humano precisa de, no mínimo, 110 litros de água por dia para suas necessidades básicas. No Brasil, a média de consumo diário está em 154 litros, segundo o Ministério das Cidades.
O país precisa avançar muito em termos de conscientização para evitar o desperdício. Parece existir uma cultura da falsa abundância, em que se acredita que a água é infinita. Ao mesmo tempo, órgãos responsáveis pelo abastecimento demonstram pouca capacidade de prever e evitar problemas cíclicos de distribuição.


 
ERRAMOS
Diferente do publicado na reportagem das páginas 6 e 7, na edição de 28 e 29 de dezembro, o produtor João Dick tira cerca de 150 sacas por hectare em anos de safra normal. Devido aos efeitos da estiagem, este ano o rendimento não chega a 100 sacas por hectare.

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