O calor intenso e a baixa quantidade de chuvas causam prejuízos no campo. O gerente regional adjunto da Emater de Lajeado, Carlos Augusto Lagemann, explica que ainda há culturas em fase de desenvolvimento. “Caso volte as chuvas, podemos ter uma recuperação parcial do potencial de produção”, diz Lagemann.
Milho, soja e pastagem afetados
Carlos acrescenta que o período recomendado para o plantio de milho vai de agosto a janeiro. “Aqueles que foram plantados no início sofreram poucos danos. Mas, aqueles que foram plantados a partir de novembro estão em desenvolvimento e/ou exploração e sofrem mais com falta de umidade e altas temperaturas”, relata.
“A soja ainda não é possível calcular em função dela ter um plantio mais tardio. Algumas lavouras apresentaram baixa taxa de germinação porque no início tivemos excesso de umidade e agora temos pouca. Se essas condições persistirem em janeiro, onde se concentra o período de floração, as perdas serão significativas”, declara ele.
Já sobre as pastagens, diz que a baixa umidade prejudica o crescimento. “Em consequência, temos pouca silagem para os animais, prejudicando a produção de leite e carne”, finaliza o gerente.
Cascata sofre com a falta de chuva
Não é só o campo que sofre com a falta de chuvas. Quem está aproveitando a época para se refrescar em balneários também pode encontrar dificuldades. A Cascata Dalmoro, localizada na comunidade Vasco Bandeira, em Marques de Souza, poderá interromper as atividades.
Segundo a gerente, Andreia Dalmoro, a queda d’água está ficando fraca. “Além do arroio secar, as árvores também estão secando, estamos ficando sem sombra para as pessoas. O poço que tem uns quatro metros, está com dois metros, o pessoal ainda consegue tomar banho, mas se não chover até o dia 1º de janeiro de 2020 vamos ter que encerrar a temporada”, afirma.
Tempo seco até março
Os próximos meses devem ser de pouca chuva. Segundo a meteorologista da Metsul, Estael Sias, a previsão é de chuva abaixo da média com alto risco de estiagem até março de 2020.
“A chuva só deve ser mais abundante a partir de abril e maio de 2020. O La Niña e o El Niño estão em neutralidade climática. Porém, parte do Oceano Pacífico esteve mais fria nos últimos meses o que favoreceu massas de ar frio tardias e deixou a chuva irregular no RS”, explica Sias.