Governador é aplaudido após defender reformas

Opinião

Adair Weiss

Adair Weiss

Diretor Executivo do Grupo A Hora

Coluna com visão empreendedora, de posicionamento e questionadora sobre as esferas públicas e privadas.

Governador é aplaudido após defender reformas

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dália2Sob o olhar atento de cerca de mil pessoas, Eduardo Leite falou durante 15 minutos na inauguração do frigorífico de aves da Dália Alimentos.
Ele foi o último a falar, depois de quase uma dezena de discursos. Com argumentos sensatos, prendeu a atenção do público. O silêncio e os olhares fixos enquanto falava por 15 minutos só foram interrompidos com os fortes aplausos ao final.
Diferente do esperado, o governador Eduardo Leite foi recebido por líderes políticos, cooperativistas e pelo público com muitos apertos de mão e efusivos abraços. Retribuiu os cumprimentos a todos que encontrava pela frente. No palco, sentou ao lado da ministra Tereza Cristina e dos dirigentes da Dália Alimentos, de onde assistiu e ouviu quase uma dezena de discursos, inclusive, a quebra de protocolo da ministra que, já de saída, retornou ao microfone para anunciar a notícia mais importante: “o Frigorífico Dália está autorizado a operar pelo SIF” (Sistema de Inspeção Federal).
O senador Carlos Heinze, que também o antecedeu, abriu caminho em defesa das reformas no estado. Elogiou Leite e pediu que este mantenha a agenda reformista.
O governador não deixou por menos. Fez a população levantar a mão três vezes ao questionar quem entendia pagar demais pela gasolina, energia elétrica e telefonia. Disse que a conta fica mais pesada a cada reforma não feita. Citou que atualmente existem 100 mil professores aposentados no RS, contra apenas 50 mil na ativa. Ou seja, dois de cada três estão aposentados.
A contribuição dos funcionários ativos é insuficiente faz anos, e deixa um rombo de bilhões a cada ano, o que inviabiliza qualquer capacidade de investimentos, ponderou. “Quem paga esta conta são vocês”, repetiu várias vezes.
Comparou o estado com as cooperativas que, apesar das dificuldades do passado, fizeram “reformas amargas” e prosperaram ao patamar atual.
“O Rio Grande que dá certo está aqui”, se referindo ao arranjo produtivo das cooperativas. Garantiu que o governo seguirá nas reformas, pois o estado precisa recuperar sua competitividade. “Não adianta querer atrair empresas, pegando-as pela mão. Precisamos criar um ambiente favorável em nosso estado, a começar às que já existem”.
O governador salientou a importância de flexibilizar as alíquotas de impostos, o que espera cumprir após dois anos conforme se comprometeu no início do governo. “Para isso, precisamos aprovar as reformas”, insistiu.
Após a solenidade, atendeu a imprensa. Questionado sobre a EGR e a situação da ERS-130, o governador foi enfático em defender as concessões. Aliás, problema emblemático enfrentará a Dália no novo frigorífico, onde a entrada e saída de caminhões é dificultada pelo movimento intenso da rodovia, sem que exista um trevo ou recuo.
Na tarde de sexta, enquanto os visitantes chegavam para a inauguração, a dificuldade só não foi maior por que havia vários policiais rodoviários coordenando o trânsito no local.
Em síntese, se pode concluir que Eduardo Leite será um governador de reformas e concessões para iniciativa privada. Ainda que alguns deputados – até da base aliada – estão com medo de perder votos, a população gaúcha dá sinais de esgotamento em relação ao modelo tradicional.
Enxugamento da máquina pública e privatizar o que o estado não consegue manter vai permitir que o Rio Grande do Sul volte a ser competitivo.


Legislativo virou profissão. Magistério, doação.

Os papéis se inverteram. No passado, os vereadores eram eleitos e exerciam a função voluntariamente. Nem por isso havia menos qualidade nas câmaras de vereadores. Os professores eram respeitados e muitos jovens sonhavam com a profissão.
Passadas algumas décadas, o cenário inverteu. Um vereador pode reivindicar até salário extra, o chamado 13º, que foi criado para os trabalhadores que labutam o ano inteiro. Os professores, por sua vez, veem suas remunerações e importância encolherem a cada ano. No Estado, recebem em parcelas. O dinheiro dos cofres públicos vai para o ralo, com sucessivas decisões populistas, um Legislativo endinheirado, um Judiciário protecionista, sem falar dos corporativismos reinantes em várias categorias privilegiadas.
Para ser professor nos dias de hoje, realmente, é preciso ter espírito de doação.

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