Luta contra o preconceito

Editorial

Luta contra o preconceito

Reportagem especial desta edição traz um alerta. Apesar de toda a informação disponível sobre a importância da prevenção, o número de pessoas contaminadas pelo HIV cresce. Conforme o Ministério da Saúde, pelo menos 135 mil pessoas convivem com o vírus…

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Reportagem especial desta edição traz um alerta. Apesar de toda a informação disponível sobre a importância da prevenção, o número de pessoas contaminadas pelo HIV cresce. Conforme o Ministério da Saúde, pelo menos 135 mil pessoas convivem com o vírus e não sabem.
Este domingo é o Dia Mundial de Combate a Aids. Data implementada faz 31 anos, em meio ao ápice da epidemia. Em outubro de 1988, a assembleia geral da Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde definiram a data. A aids tinha sido descoberta fazia cinco anos.
Naquele período, haviam 65,7 mil pessoas com a doença no mundo. Destas, mais de 38 mil morreram. O quadro atual é outro. Com o avanço no tratamento, a aids deixou de ser uma doença letal. Hoje é controlável, como uma enfermidade crônica. Mantendo a disciplina na medicação, o soropositivo pode ter uma vida quase normal e ficar indetectável, inclusive com exames laboratoriais.
Por outro lado, os diagnósticos continuam aumentando, em especial quando o paciente deixou de ser portador do vírus e já desenvolveu a imunodeficiência. Os motivos são variados, passa por um comportamento descuidado na hora do sexo, pelo uso de drogas e também por não acreditar que pode estar exposto.
Isso afasta o indivíduo do teste e do tratamento. Especialistas alertam para a importância de se prevenir de manter um diálogo frequente sobre a doença mesmo em um relacionamento estável.
Para quem tem o HIV, manter controlado é fácil. Todo o tratamento é gratuito na rede pública. Dos anos anteriores, em que o coquetel de medicamentos tinha reações adversas, hoje são dois comprimidos, sem prejuízos ao organismo.
O que os pacientes não conseguem superar ainda é o preconceito. O receito está inclusive em ser visto entrando na unidade do Serviço de Atendimento Especializado (Sae), de se medicar na frente de outro ou de contar para a família que foi infectado. Os valores da sociedade realmente não acompanham o avanço da medicina.
A crença presente hoje repete os estereótipos da década de 80, quando a pessoa soropositiva era vista como alguém promíscuo, usuário de drogas ou homossexual. Importante ressaltar, a aids não tem preconceito. Ela atinge todas as camadas da sociedade. Basta sexo sem proteção para estar exposto.

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