Fim da paciência

Editorial

Fim da paciência

A morte de um motociclista nesta semana foi o estopim para que a população e líderes de Cruzeiro do Sul perdessem a paciência. Rodovia historicamente problemática, a ERS-453 acumula óbitos e acidentes que fazem a comunidade local se unir em…

A morte de um motociclista nesta semana foi o estopim para que a população e líderes de Cruzeiro do Sul perdessem a paciência. Rodovia historicamente problemática, a ERS-453 acumula óbitos e acidentes que fazem a comunidade local se unir em torno de uma mesma causa: mais segurança na rodovia.
Administrada pela praça de pedágios localizada na cidade, a estrada parece estar abandonada, com problemas de sinalização e buracos. Um dos pontos mais críticos é o entroncamento com a rua Frederico Germano, junto ao bairro São Rafael, onde o jovem Rafael Geovane Zuge perdeu a vida nessa terça-feira.
Para este sábado, um protesto é organizado para exigir a construção de uma rotatória ou o alargamento do trecho. A reivindicação é legítima, visto que centenas de condutores pagam caro, diariamente, a tarifa para usufruir a pista.
Após o processo judicial que suspendeu a cobrança na praça de Encantado, sob o argumento da ausência de investimentos significativos na ERS-130, outras localidades se encorajam a exigir com maior veemência providências por parte da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
Alvo de críticas por parte do território gaúcho, o modelo em vigor no RS para a administração das rodovias estaduais está esgotado. A falta de garantia de que o dinheiro pago para atravessar a cancela será destinado para melhorias na pista faz com que o órgão caia no descrédito.
Os casos de Encantado e Cruzeiro do Sul são exemplos de que o governo estadual precisa acelerar a revisão do modelo EGR. Os problemas estruturais e a ausência de perspectiva de obras de maior impacto nas rodovias estaduais do Vale compõem um claro retrato de que a experiência inaugurada em 2013 não deu certo.
Conforme já projetado pela atual gestão do Palácio Piratini, pôr fim à estatal e terceirizar a administração das estradas consiste na melhor alternativa, em meio à penúria financeira do Estado. Mediante contratos coerentes, seguros e transparentes, é possível garantir mais qualidade e segurança para um dos setores mais frágeis do RS, a infraestrutura viária.

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