Caminho do meio

Opinião

Sérgio Sant'Anna

Sérgio Sant'Anna

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Caminho do meio

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Atualizado quarta-feira,
12 de Outubro de 2019 às 10:15

Vale do Taquari
Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

De tempos em tempos o mundo muda. Mas não se iluda em pensar que as transformações serão sempre para melhor. A Europa, por exemplo, com o fim do Império Romano, afundou na Idade das Trevas e, por centenas de anos, permaneceu assim. Somente por volta do século XII, com o islamismo chegando ao continente, o europeu teve contato com os conceitos filosóficos, matemática, física, astronomia e toda ciência que se desenvolveu no Oriente a partir da cultura grega.
Nos últimos 30 anos, já tivemos as eras da informática, do RH, da qualidade total, da internet, do facebook. Com o relógio andando cada vez mais rápido, naturalmente as mudanças também ocorrem em ritmo acelerado, sem nos dar tempo para sentir e entender. Segundo Immanuel Kant, nossa sensibilidade é a capacidade de sentir as coisas do mundo e “nosso entendimento é a capacidade de pensar sobre as coisas”. Se não nos valermos desses privilégios, de pouco adiantará viver a mudança.
Entramos agora na era das reformas. Em termos político-econômicos, a expectativa é grande, a começar pela previsão da economia de 800 bilhões de reais para os cofres públicos em 10 anos, com a previdência; a reforma tributária será fundamental para desemperrar o mercado e conseguir impor algum incentivo à nova geração de empreendedores, que patina em ideias e muitas vezes não encontra um porto seguro capaz de ancorar seus sonhos.
A ideia de construir novos mundos sempre me estimulou, pois me parece óbvio e contraproducente construir mundos antigos. Encontrar formas de desenhar novos formatos me parece mais salutar, desde que objetivem gerar qualidade de vida, bem-estar, satisfação e resultados a quem está envolvido no universo em questão. A Visa, que é a maior empresa de cartões de crédito do mundo, criou o São Paulo Innovation Lab, um modelo de cocriação que leva seus clientes para dentro do escritório, para pensarem, juntos, soluções para os desafios das empresas. Seja pela simples necessidade de inovar, seja porque bancos nus (leia-se Nu Bank[s]) estejam abocanhando fatias do seu público, a verdade é que modelos como esse tendem a levar novos ares para as instituições, trazendo para suas operações a visão de quem está fora, mas que é diretamente impactado por suas ações.
E nada se restringe a um só caminho. Se alguém achou que só a informática ia resolver, errou. Nem só o RH é capaz de solucionar o mundo. A integração das áreas e as atividades multidisciplinares despertam questionamentos e a revisão de metodologias. O marketing estratégico é ferramenta essencial para quem busca identificar os fatores-chave para o sucesso e definir “quais” caminhos seguir.
Quais são as suas fortalezas? Tecnologia, capacidade financeira, pessoal capacitado, capacidade de produção, produtos e serviços, capacidade de marketing, distribuição, método de gerência, capacidade administrativa, sinergia. Identifique as suas e aposte nelas.
Olhe para si, mas olhe também para o outro. Ouça o mercado. Por tudo de melhor que possam estar propondo, a sua reflexão como empreendedor ou assalariado é o melhor ponto de partida para a mudança. Seja qual for a tendência da vez, o mais importante é mergulhar na essência do seu negócio, nos propósitos que você carrega, para encontrar a luz no fim do túnel. Como diria Buda, sempre pode haver um caminho do meio. Quem sabe não é por aí que você vai.

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