Outubro Rosa: elas venceram

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Outubro Rosa: elas venceram

Mulheres contam como superaram o câncer de mama e os desafios da doença

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Outubro Rosa: elas venceram
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O sorriso e o olhar apaixonado pela vida sempre foram características marcantes de Fernanda Sartori. Mesmo em 2014, quando a odontopediatra descobriu um câncer de mama. Como a mãe já havia passado por procedimento parecido, Fernanda achou que seria simples: tomar remédio e fazer algumas radioterapias. Mas foi pega de surpresa quando precisou fazer quimioterapias.

“Chorei por quatro horas seguidas. Estava com medo do câncer, mas também por saber que ficaria careca”, conta Fernanda. Em 12 de junho daquele mesmo ano, seu cabelo caiu e a partir de então, a peruca se tornou a companheira diária.

A doença que começou com um pequeno nódulo a fez desacelerar da rotina agitada e pensar sobre a família e os amigos. “Comecei a valorizar muito mais as pessoas. Meus pais moram em Sério, vou pra lá toda a semana, às vezes saio nas terças para visitá-los”.

Depois de quatro quimioterapias e 30 radioterapias, Fernanda terminou o tratamento no dia 23 de outubro. “Naquele dia mandei foto para todo mundo e fomos comemorar”. A partir de então, em março de cada ano, mês em que descobriu a doença, programa uma viagem com as amigas para brindar a vida.

Força e coragem

Outra história de superação é de Elisa de Andrade Prado, que fez a última de suas 16 sessões de quimioterapia no dia 31 de maio. Faz cerca de um ano que descobriu o câncer na mama direita. Para encarar o tratamento, a força e coragem vieram da família e da fé em Deus.

“É difícil receber o diagnóstico, mas depois tu percebe que não é o fim. Se fizer tudo direito e conseguir te adaptar ao tratamento, vai superar”. Elisa, então, decidiu encarar o processo da melhor forma possível.

Apesar de se sentir cansada e frágil para as quimioterapias, na sala de espera das sessões o humor mudava. “Contávamos piadas, fazíamos a maior folia. Tem que ser assim, viver hoje da melhor forma, amanhã é outro dia”.

No início do tratamento, uma almofada debaixo do braço evitava que ele grudasse ao corpo e dificultasse a fisioterapia. Após a primeira cirurgia, foi presenteada pela Liga de Combate ao Câncer com uma almofada em forma de coração. “Se encaixava perfeitamente debaixo do braço e era confortável para dormir. Depois de receber o presente, usei por muitos meses”.

Diferente de Fernanda, o tratamento de Elisa ainda não terminou. Os médicos farão a reconstituição da mama que tirou no procedimento. “Tenho fé de que vai dar tudo certo. Hoje vejo a vida de outra forma. Acordo, olho pela janela e vejo que coisa linda as árvores, o vento, os passarinhos. Antes só me preocupava em levantar e trabalhar”.

Saiba mais sobre o câncer de mama

O mês de outubro é marcado pela prevenção ao câncer de mama, representado pela cor rosa. A doença é a segunda mais comum entre as mulheres. Segundo estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), isso corresponde a 29% dos novos casos de câncer, exceto de pele não melanoma, a cada ano no Brasil.

O principal sintoma da doença é o surgimento de um caroço no seio. Para identificá-lo, o primeiro passo é a palpação, conforme explica o médico oncologista Dr. Hugo Schunemann. A partir disso, são feitos exames de mamografia, ecografia mamária e biópsia.

“A mamografia é recomendada a partir dos 40 anos, desde que não haja algum fator de risco”, destaca. Mas o autoexame deve ser feito com frequência. Ele é essencial para o diagnóstico precoce. Quanto mais cedo a doença for detectada, maiores as chances de cura.

Depois do diagnóstico, o tratamento é diferente para cada caso. O procedimento pode incluir cirurgia para a retirada total ou parcial da mama, seguida de radioterapia, quimioterapia e hormonoterapia. “Também há o uso de uma espécie de vacina, imunoterapia, adequada para alguns casos”, ressalta Schunemann.

O especialista explica que uma vida saudável pode influenciar positivamente na doença. O indicado é a prática de atividade física regular, dieta variada, e não usar hormônios, exceto em situações específicas.

O médico afirma que 30% dos casos de câncer de mama têm correlação genética. Segundo Schunemann, apesar de ser mais frequente em mulheres, de 0,5% a 1% dos casos de câncer de mama atingem os homens.

Prevenção ao câncer de colo de útero

Nos últimos anos, o Outubro Rosa também é marcado pela prevenção ao câncer de colo de útero. Os principais sintomas da doença são sangramento vaginal, sangramento e dor ao manter relação sexual, e corrimento. O câncer de colo de útero pode ser facilmente diagnosticado pelo exame Papanicolau, ou pré câncer, coletado nos postos de saúde ou consultórios de ginecologistas.

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