A Amazônia  e ser brasileiro

Opinião

Ardêmio Heineck

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Empresário e consultor

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A Amazônia e ser brasileiro

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

Entre 1994 e 1996, fui muitas vezes a Manaus, a serviço. Desembarcando no aeroporto, a respiração era dificultada pela fumaça das queimadas. Agora, o fenômeno ressurge como se tivesse deixado de existir por estes mais de vinte anos em que fomos governados por Fernando Henrique, Lula e Dilma. Todos eles, governantes que conviveram e combateram este fenômeno naquela vasta região do país, acentuado em períodos secos como agora. Será que o Presidente Bolsonaro deliberadamente ateou fogo na região? Claro que não! Pelo contrário, mostra-se preocupadíssimo, também adotando medidas para debelá-lo.
Em 2014, fui ao sul de Minas, nesta época. De dia, viam-se campos queimando e, à noite, o mesmo desconforto causado pela fumaça. Tudo acentuado pela pior seca de décadas. Será que o governador de Minas mandou atear fogo na microrregião? Claro que não! Em abril, fomos assombrados pelo incêndio na catedral de Notre Dame, em Paris, destruindo patrimônio cultural, artístico e místico da humanidade. Será que o presidente da França, Macron, foi omisso ou ateou fogo na catedral? Por certo, não!
A Amazônia brasileira compreende nove estados, 56% do território nacional e 20% da nossa população. Estima-se que cem mil estrangeiros ligados a ONGs estejam trabalhando por algum motivo nesta vasta área que enfeixa 30% da biodiversidade do planeta, as maiores reservas em água doce, metais preciosos, fármacos e essências para perfumes. Verdadeiros tesouros. Só que, conforme entidades ouvidas, não há controle sobre os estrangeiros que andam por lá e o que fazem. O governo federal começa a estruturar este controle, o que não interessa a estrangeiros que querem se valer das riquezas da região.
Já o acordo União Europeia/Mercosul preocupa Alemanha e França pela concorrência que nossos produtos agropecuários farão aos daqueles países que mantêm atividade primária de certa expressão. É lógico tentarem minar o acordo, além de limitar nossa área agricultável sob a alegação de que os produtores tão ateando fogo na Amazônia. Adicionalmente o presidente da França, Macron, aproveitou-se da discussão tentando melhorar sua popularidade interna, que anda meio baixa e achar uma brecha para assumir alguma liderança na União Europeia. Ora, pode fazer os movimentos que quiser, mas não às custas do nosso querido Brasil, violando nossa soberania nacional. Deve se ocupar com seu país.
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Explica-se por aí por que, nestas últimas semanas, a Amazônia, repentinamente, passou a ser foco de controvérsias na imprensa mundial, mercê de trabalho pejorativo liderado por França e Alemanha, apoiado por personalidades que aproveitaram o tema para voltarem às manchetes, mesmo utilizando fotos de queimadas em outras regiões e ocorridas há anos.
Sem explicação é a questão ser fomentada tendenciosamente, internamente, por brasileiros movidos por ideologias ou interesses financeiros. Voltaram as costas para seu Brasil, admitindo que qualquer um de fora – com interesse em explorar e apoderar-se de parcela significativa do território brasileiro, cheio de riquezas – nos vilipendiasse, nos batesse. Preocupante a presença de jornalistas da grande imprensa, formadores de opinião, neste movimento, para desgastar autoridades legalmente constituídas. Não foram poucas as matérias em que as manchetes não condiziam com o seu conteúdo.
Ser brasileiro não é apenas ter nascido aqui. É amar o Brasil, defendê-lo de agressões externas, ajudar a desenvolvê-lo, contribuir com a boa ordem respeitando o processo democrático e as autoridades eleitas (independentemente de partido ou ideologia). Defendendo a Amazônia, sua floresta, seus biomas, de forma racional e como um bem inestimável que o país tem.

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