#ForaPardais

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Ardêmio Heineck

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Gustavo Adolfo 1 - Lateral vertical - Final vertical

De dez anos para cá, começam a proliferar pardais e controladores de velocidade nas nossas estradas. O então deputado estadual Elmar Schneider, de Estrela, já na época tentou liderar um movimento na Assembleia contra estes aparelhos, sem sucesso. Os políticos não atacam o problema, talvez para não se expor na grande imprensa que, estranhamente e sistematicamente, é a favor de termos cada vez mais daqueles equipamentos. Já a opinião púbica mostra-se cada vez mais contra, com uma indignação crescente. Aí um parêntese para uma dúvida que tenho há tempos: se o clamor popular é contra,por que a grande imprensa é a favor? Subvenções dos fabricantes dos equipamentos ou por desconhecer os verdadeiros fatos? Ainda bem que temos nossa imprensa regional, realista, fidedigna e próxima do público.
A disseminação dos pardais esconde os reais motivos do trânsito violento: preparo insuficiente dos motoristas, motoristas alcoolizados ou drogados, estradas deterioradas e sem sinalização, falta de vistoria veicular (carros transitam sem condições), pouca conscientização de quem dirige, limites de velocidade irreais e falta de efetivos das nossas polícias rodoviárias. Fala-se em defasagem de 50%. Há poucos dias, por exemplo, um acidente que vitimou um motociclista na Rota do Sol, acesso a Boa Vista do Sul, foi atendido por um Policial Rodoviário Estadual de Taquari, distante 73 km. Examinando as causas dos acidentes em BRs e ERSs que mais impactaram neste ano, nenhum teria sido evitado por pardais.
Então, por que este conceito equivocado, mas tão defendido por governos e imprensa? O presidente Bolsonaro deu a resposta há uns trinta dias ao informar que encontrou no Ministério da Infraestrutura oito mil pardais a serem instalados nas BRs, a um custo absurdo de R$ 1 bilhão, que seriam mais um foco potencial de corrupção e de achacar o bolso dos contribuintes.
E quanto aos limites irreais de velocidade? Temos na mesma BR e na mesma ERS limites de 100 km/h, 80 km/h, 60 km/h, 50 km/h e 40 km/h, com pardais e radares móveis te flagrando para ver se estás atento a esta variação absurda. Vejam por exemplo a decisão inconcebível de colocar 60 km/h entre Lajeado e Arroio do Meio, e o quanto custou alterar de 60 km/h para 80 km/h entre Estrela e Lajeado? Os poucos defensores dos 60 km/h apregoavam que teríamos uma desgraceira em acidentes. Na realidade, sumiram as carambolas frequentes e a sanha em multar.
Na free way, Porto Alegre-Osório, inaugurada em 1974 com duas pistas em cada sentido, a velocidade máxima na da esquerda era 120 km/h. Na da direita, 100 km/h. Conceito americano e europeu: quanto maior fluidez, mais carros passam. Isso que era época das Brasília, Variant, Corcel, etc. Nada comparável à tecnologia de segurança dos automóveis de hoje. Na crise mundial do petróleo do fim dos anos 1970 é que decidem colocar 80 km/h como velocidade máxima em todo o país, para economizar combustível. Não por critério de segurança. Só que foi ficando, surgem os pardais e descobrem uma fonte de arrecadação.
Quanto às BRs, a questão vai se resolvendo graças ao destemor do presidente Bolsonaro, que inclusive pretende repor o efetivo da Polícia Rodoviária Federal para que esta, de fato, volte a ter condições de fiscalizar as rodovias e minorar acidentes. Temos que dar-lhe respaldo popular para que uns poucos parem de contrapô-lo com sua ótica equivocada. Quanto às nossas rodovias estaduais, onde ainda há a disseminação de pardais e de radares móveis multando limites máximos de velocidade irreais, creio que o critério das BRs só vingará quando o governador assumir a bronca e o secretário dos Transportes não tiver medo da grande imprensa.
 
 

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