Os resultados da campanha “O reflexo da pirataria é o crime”, promovida pela regional de Bento Gonçalves do Sindilojas, será apresentado hoje a comerciantes, autoridades e comunidade em geral. O encontro inicia às 8h30 no salão de eventos da prefeitura.
Lançada em março, a iniciativa recebeu chancela da Comissão de Combate à Informalidade da Fecomércio-RS e será apresentada pelo coordenador da comissão e presidente da regional do município da Serra do sindicato, Daniel Amadio.
Amadio afirma que o objetivo da campanha é levar ao conhecimento da opinião pública o que está por trás do comércio informal. “Muitas vezes as iniciativas da informalidade são vistas como alternativas da nossa sociedade que não consegue absorver toda mão de obra, mas não se dão conta do que há por trás de quem fornece as mercadorias. Estão alimentando organizações criminosas”, afirma.
Amadio, que também é vice-presidente da Fecomércio-RS, afirma que os grupos criminosos estão vendo a informalidade como uma maneira de lavar dinheiro e gerar recursos para a criminalidade. Ele considera que os ambulantes são vítimas deste negócio. Outros riscos citados são relativos à saúde do próprio consumidor, como no caso do cigarro e dos óculos.
De acordo com o Sindilojas local, estão confirmadas as presenças de autoridades da polícia Civil, Brigada Militar, Ministério Público e de vereadores do município.
Dificuldade na identificação
A fiscalização de rua fica a cargo da Secretaria do Planejamento e Urbanismo. O secretário Rafael Zanatta, afirma que as ações de fiscalização apreendem pouco material pois é comum os ambulantes fugirem do locais ou não se identificarem. Zanatta afirma ainda que está cada vez mais difícil abordar os ambulantes irregulares.
“Hoje mesmo [quarta-feira] fizemos uma operação. Passamos à paisana e identificamos dois ambulantes acampados em uma esquina. Quando voltamos, minutos depois, não havia mais sinal da presença deles”, conta. A ação apreendeu os materiais de apenas um outro comerciante ambulante.
A secretaria elabora uma proposta para alterar a legislação e permitir que o material apreendido que não for fruto de falsificação possa ser doado a entidades carentes. Hoje, a regra é promover um leilão.
Só a ponta do negócio
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico de Lajeado, André Bücker, o ambulante qu se vê na rua é apenas a ponta do negócio do comércio ambulante irregular. “Certamente tem alguém que fornece para eles. É isso está sendo verificado. A gente apreende em um dia, no outro, eles já tem as mercadorias de novo”, diz.
Bücker afirma que a intenção do município é trabalhar em conjunto com a Brigada Militar para, com uso de inteligência, mapear a cadeia do negócio e chegar até os distribuidores.
Ações de fiscalização em 2019
De acordo com a Secretaria Municipal do Planejamento e Urbanismo, foram feitas 7 operações este ano, resultando em 12 recolhimentos de produtos. A fiscalização realiza ações rotineiras, porém para apreender produtos é necessário o apoio da Brigada Militar.
MATHEUS CHAPARINI – matheus@jornalahora.inf.br
