É preciso refletir, é preciso prevenir, é preciso perdoar

Opinião

Edson Brum

Edson Brum

Único deputado estadual do Vale do Taquari

Assuntos do cotidiano e política

É preciso refletir, é preciso prevenir, é preciso perdoar

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Recentemente, constatamos episódios de violência em escolas de Teutônia, Roca Sales e Lajeado. É inevitável que pensemos na tragédia de Suzano. Qual é o papel de cada um em episódios assim, consumados ou não? Em nossas casas gradeadas, vivemos. No trabalho, temos seguranças armados e circuitos de câmeras. No carro, rodamos com as janelas fechadas. Tememos os assaltos, as balas perdidas, as drogas.
 
E assim vamos indo. Nós nos acostumamos a andar em estado de alerta, nos conformamos em habitar um mundo cujas regras são ditadas pela violência em estado bruto e suas variações. Quando a brutalidade ultrapassa todas as barreiras de proteção e chega aos nossos filhos, nas escolas, a anestesia social perde o efeito.
 
O terror que nos ataca com a tragédia de Suzano, por exemplo, mais nos toca porque exigimos de nós mesmos respostas imediatas para as causas. Tentamos, asfixiados, explicar o que de imediato se mostra inexplicável. Ansiosos por respostas, deveríamos, em verdade, fazer perguntas. Não seria razoável aceitar que fazemos parte desta violência que tanto nos ameaça?
 
Vidas interrompidas, famílias laceradas, sobreviventes que jamais serão os mesmos, depois de tocados pela morte. Por quê? De onde vem tanto ódio? Como se constrói tamanha disposição em ferir os outros e a si? Por qual razão se planeja e se executa um massacre? Quanto mais questões levantarmos, mais eficientes serão as repostas.
 
Para quem ou para o quê perdemos estes jovens? Para as drogas? Para a desagregação das famílias? Para a solidão urbana que se vive nas multidões? Falha das políticas públicas, das escolas, dos pais? Estamos perdendo nossos filhos para a internet, não entendemos o fenômeno bullying? Este momento de explosão, em Suzano, não acontece de repente. O que se deu, lá, foi uma soma de desconfortáveis perguntas jamais respondidas. Onde estamos falhando? Ao nos depararmos com essa tragédia, talvez enxerguemos um espelho. Para que Suzano, Teutônia, Roca Sales e o piquenique de
 
Lajeado não se repita, é preciso refletir, é preciso prevenir, é preciso perdoar. Perdoar a nós mesmos, pela responsabilidade que nos toca, é reconhecer que precisamos melhorar.

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