Em dois anos, governo  troca todo o secretariado

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Em dois anos, governo troca todo o secretariado

Pelo menos oito exonerações voluntárias ou determinadas pela Justiça marcam a gestão de Jonatan Brönstrup

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Em dois anos, governo  troca todo o secretariado

O último secretário da composição original do alto escalão do governo municipal pediu exoneração no início deste mês. À frente da Secretaria da Fazenda desde 2017, Wolnei Gregorius se desligou do cargo por motivos pessoais. Recém nomeado subsecretário da pasta, Luiz Carlos Oliveira, responde pelo setor de forma interina.
 
Antes de atuar como secretário, Gregorius havia sido contador concursado do município por mais de 30 anos. Conforme o prefeito Jonatan Brönstrup, a saída ocorreu durante as suas férias, por razões que ele desconhece. O chefe do Executivo lamenta a perda de “uma peça importante do governo”, que desenvolveu um “trabalho histórico” no município.
 
Sobre a entrada de Oliveira, Brönstrup destaca a sua experiência no setor público. Ele lembra que o novo integrante foi secretário da Fazenda, em Teutônia, durante a gestão do seu pai (Ricardo Brönstrup, de 1997 a 2001), bem como da Administração em outros municípios, como Paverama e Boa Vista do Sul. Oliveira também atuou como coordenador regional de Saúde.
 
O novo responsável pela pasta afirma que ainda está “tomando pé” da situação financeira de Teutônia. Segundo Oliveira, a Secretaria da Fazenda costuma trabalhar de “forma silenciosa”, o que ele pretende modificar, dando mais visibilidade e transparência às ações da pasta.
 
Educação fiscal, a importância da quitação regular dos tributos municipais e as vantagens que podem ser aproveitadas pelos contribuintes são aspectos que ele pretende trabalhar com maior divulgação e transparência.
 

“Ninguém é insubstituível”

Com a saída de Gregorius, o governo municipal renova todos os membros da cúpula governamental anunciados no início do mandato. Desde de janeiro de 2017, foram pelo menos oito saídas por diferentes motivos.
 
Segundo Brönstrup, mesmo com tantas saídas, o plano de governo elaborado em 2016 continua como o “guia” da gestão, sem impactos sobre as diretrizes do mandato. “Em momento nenhum, as mudanças de secretários fizeram com que os rumos do governo fossem desviados, as prioridades sempre foram as mesmas”, assegura.
 
Para o prefeito, “ninguém é insubstituível” no setor público. “O município não pode depender de uma pessoa só. Temos que ter peças de reposição”, afirma.
 

Efeitos da operação

As primeiras alterações na composição do secretariado ocorreram em março de 2018, logo após a Operação Schmutzige Hände, deflagrada pelo Ministério Público. A ação mirou o centro do Executivo, com base em suspeitas de corrupção, e prendeu três membros do alto escalão, além do pai do chefe do Executivo, o ex-prefeito Ricardo Brönstrup.
 
A operação provocou a destituição do então secretário de Saúde e chefe de gabinete, Alexandre Peters, o procurador-geral do município, Gustavo Fregapani, e o chefe do setor de compras, Caciano Krahl, Hoje em liberdade, os quatro são réus em processo que ainda aguarda julgamento em primeira instância.
 
Por suspeitas de participação na suposta organização criminosa instaurada na administração municipal, o segundo secretário a sair, por determinação da Justiça, foi Marcelo Brentano (Juventude, Cultura, Esporte e Lazer).
 
O prefeito reconhece que a repercussão da operação pode ter influenciado a saída de outros membros. “Isso também ajudou para que alguns outros ficassem com medo de fazer parte da administração pública”, comenta.
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Saídas voluntárias

Algumas semanas depois ocorreu o terceiro desligamento. O então secretário de Planejamento e Mobilidade Urbana, Ricardo Wagner, pediu exoneração para se dedicar à campanha eleitoral. Pelo PR, Wagner concorreu a deputado federal, mas não obteve êxito. Mesmo assim, não retornou ao governo municipal.
 
Outro a desembarcar na metade de 2018 foi Pablo Chrestani. No início do mandato, ele respondia pela Secretaria de Administração, mas logo nos primeiros meses de governo, foi remanejado para a Indústria, Comércio e Turismo, que na época ainda era gerida por Peters – este foi então para a Secretaria da Saúde.
 
No fim de 2018, mais duas dissidências na gestão Jonatan Brönstrup. Paulo Brust deixou a Secretaria da Educação; e Gilson Hollmann, a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente. Brust assumiu o mandato como suplente na câmara de vereadores. Hollmann retornou às atividades que desempenhava antes da vida pública, como representante comercial da cooperativa Languiru.
 

Permanências

A primeira dama do município, Jaqueline Musskopf assumiu como secretária de Assistência Social em agosto de 2017 e segue no cargo. Inicialmente ocupada pelo vice-prefeito Valdir do Amaral, a Secretaria de Obras e Viação foi passada à responsabilidade de Marcelo Walter, ainda no primeiro semestre de 2017. Ele também permanece na função.
 

ALEXANDRE MIORIM – alexandre@jornalahora.inf.br

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