O lajeadense Max Eric Osterkamp, 31, optou por trabalhar perto da natureza para se conectar
melhor consigo mesmo
• Por que você escolheu o curso de Paisagismo e Agroecologia?
Desde criança, vivi perto da natureza. Morava na Linha São José, em Estrela, e brincava nos fundos de casa onde tinha mato. Com o tempo, adquiri amor pela natureza. Conforme fui me desenvolvendo como ser humano, fui gostando de biologia e de cuidar do meio ambiente. Em 2006, iniciei o curso de Engenharia Ambiental, mas acabei trancando em função de uma viagem para a Austrália, onde morei um ano. Foi lá que descobri a permacultura e agroecologia. Quando voltei ao Brasil, procurei o curso técnico em Paisagismo voltado para essa área, em Nova Petrópolis.
• O que significa estar em meio à natureza para você?
Trabalhar com a natureza é a reconexão com o verdadeiro ser. Hoje somos iludidos pelas luzes da cidade, pela televisão e pela internet. Então, para mim, estar na natureza significa que voltamos às nossas próprias origens, onde somos o que sempre fomos. Resgatamos nossa essência. Para mim, estar na natureza é o verdadeiro trabalho – sentir que estou fazendo o bem à natureza, retribuindo por tudo que ela nos proporciona. Esse é o meu ciclo da gratidão. Deus nos dá a vida, temos que devolver para a vida as coisas boas.
• A maior parte de sua geração convive em ambientes virtuais e procura por trabalhos burocráticos e estáveis em escritórios, empresas e lugares fechados. Como é conviver com essa carreira alternativa?
Trabalhei quase quatro anos em uma das maiores empresas do Vale. Tive algumas decepções em relação ao cuidado com o meio ambiente. Percebi que eu mesmo deveria cuidar dele. Resolvi colocar a mão na massa, sem esperar por iniciativa de outros. Venho seguindo esse meu caminho e colhendo bons frutos. Enfrento alguns preconceitos de parte da sociedade, mas isso não me afeta. Prefiro focar em quem realmente entende que esse é o verdadeiro trabalho que deve ser feito. O paisagista e o agroecólogo são os trabalhos do futuro. Tenho me especializado, principalmente, em um canteiro especial chamado “espiral de ervas” que cria vários microclimas e a maior produção de alimentos e ervas medicinais no menor espaço.
• Muitas pessoas estão em dúvidas ou insatisfeitas com suas carreiras. O que você diria a elas?
Que busquem sua verdadeira essência. Procurem sair da sua comodidade habitual buscando a natureza como uma terapia alternativa. É importante meditar também para se conhecer melhor e se conectar com seu verdadeiro eu. É necessário mudar os hábitos. Se você descobrir que estar em meio à natureza é seu caminho, faça um pé-de-meia e procure por esse caminho para viver.