O governo federal anunciou nessa quinta-feira a empresa vencedora do leilão que repassa à iniciativa privada a exploração de quatro rodovias no RS, entre as quais, a BR-386.
A projeção inicial era de estabelecer um preço médio de R$ 7 nas quatro praças previstas entre Porto Alegre e Tio Hugo. O valor tem sido criticado por líderes regionais, mas, principalmente, por empresários regionais que calculavam impactos expressivos com o custo de transporte. E razões para o inconformismo sobram.
Em vez dos R$ 7 previstos no princípio, a tarifa cobrada será de R$ 4,30, preço que fez o grupo CCR ganhar o leilão. Uma notícia alentadora diante das ameaças de R$ 7.
O Vale do Taquari será impactado diretamente com duas novas praças, que ficarão em Paverama e Montenegro. Na outra extremidade da rodovia, ficarão outras duas: uma em Soledade e outra em Tio Hugo, mas essas, já mais distantes do Vale.
Ainda que o pedágio represente mais custo e despesa no bolso dos contribuintes, o impacto será menor do que a previsão inicial. Mas é preciso manter a vigilância e atentar para as mudanças que ocorrem no meio do caminho.
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O histórico depõe contra propostas bem construídas no papel, mas descumpridas na prática. O temor da sociedade reside justamente na fiscalização frouxa do governo federal. Um questionamento inevitável é sobre a duplicação de 219 quilômetros da BR-386 em 15 anos. Para exemplo de comparação, os 33 quilômetros de duplicação entre Tabaí e Estrela estão em obras desde 2010 e inexiste uma data para conclusão.
Enquanto a proposta do governo federal parece alentadora e coerente, desde já, é imperioso um monitoramento sobre as transações. O governo federal já mostrou, repetidas vezes, ser incapaz e incompetente para gerir as estradas. O resultado está na situação atual da BR-386, com buracos, falta de roçada, entre outros.
Privatizar só fará sentido se houver contrapartida em obras, se a manutenção das rodovias for condizente, se as duplicações ocorrerem no prazo estabelecido e se as tarifas ficarem numa média aceitável, em comparação com outros estados. Pelo exposto, tudo isso está bem construído e amarrado no projeto original. Precisamos ser vigilantes para que tudo, efetivamente, seja colocado em prática a partir de 2020.
Editorial
Menos impacto no bolso
O governo federal anunciou nessa quinta-feira a empresa vencedora do leilão que repassa à iniciativa privada a exploração de quatro rodovias no RS, entre as quais, a BR-386. A projeção inicial era de estabelecer um preço médio de R$ 7…