Como transformar o município em uma “cidade inteligente”. Esse é o foco do grupo liderado pela Univates, que congrega líderes de diversos segmentos econômicos e representantes do poder público, em torno de um projeto de inovação e desenvolvimento tecnológico para Lajeado. Na semana passada, parte do grupo esteve em Florianópolis (SC) para conhecer a experiência de um dos principais polos inovadores do Brasil.
Participaram o reitor da Univates, Ney Lazzari, o prefeito Marcelo Caumo, o promotor de Justiça Sérgio Diefenbach, o diretor do grupo A Hora, Adair Weiss, e empresários da Associação Comercial e Industrial (Acil). A comitiva visitou o Centro de Inovação Tecnológica (Certi), a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (Acate) e o Parque Tecnológico Sapiens.
As três instituições integram o “ecossistema da inovação”, que tornou Florianópolis a segunda cidade mais empreendedora do país, segundo o Índice de Cidades Empreendedoras 2017. O propósito da missão foi fazer com que os líderes locais se inspirassem na experiência da capital catarinense para fazer avançar o desenvolvimento de uma cultura inovadora em Lajeado.
No dia de 14 de novembro, os integrantes da comitiva se reúnem para avaliar os aprendizados da viagem e traçar uma estratégia de aplicação dos conceitos aprendidos no Vale. Esta foi a segunda expedição do grupo a um polo tecnológico e de inovação. No ano passado, eles visitaram Recife (PE) para conhecer a experiência do Porto Digital, parque tecnológico que atua nas áreas de tecnologia da informação, comunicação e economia criativa.
Conforme a diretora de Inovação e Sustentabilidade da Univates/Tecnovates, Simone Stülp, a finalidade da viagem foi compreender, “na prática”, como funciona a dinâmica entre os diferentes elos que fazem Florianópolis ser referência no setor da inovação. “Nosso objetivo foi justamente entender como que as diferentes organizações atuantes em uma cidade podem contribuir para que a localidade ser torne inovadora”, destaca.
Conceito
Simone explica que o conceito de cidade inteligente está relacionado com a aproximação entre o meio acadêmico e os setores produtivos locais, com um melhor aproveitamento das contribuições da universidade na vida social e econômica do município. “Os conhecimentos produzidos precisam extrapolar os muros da universidade e alcançar a cidade como um todo”, resume.
De acordo com Simone, a cidade inteligente é aquela que se vale dos avanços tecnológicos para a melhoria dos espaços de convívio, que busca o racionamento dos recursos públicos e a sustentabilidade ambiental, por meio de soluções inovadoras, e que estimula o surgimento de novas atividades econômicas da área da inovação, de modo a diversificar a matriz produtiva regional.
“Estamos falando de uma cidade que passa a ser um laboratório a céu aberto, onde a universidade pode testar as tecnologias que desenvolve”, exemplifica.
“No caminho”
“Um dos aspectos que ficaram bem claros com a viagem é que temos muitos pontos favoráveis hoje em Lajeado que nos permitem constituir um tecido social voltado à inovação. Tudo o que nós já fizemos nesse sentido mostra que estamos no caminho certo”, analisa Simone.
A existência de uma universidade atuante, a mobilização do empresariado local e a disposição do poder público são fatores que possibilitam o avanço de Lajeado como cidade inovadora, acrescenta. Conforme Simone, a próxima etapa deve ser a elaboração de um projeto específico de inovação para a cidade, com a participação das diversas entidades engajadas nessa temática.
Como entrave a ser superado, ela menciona a importância de estimular uma “cultura de inovação”, o que perpassa desde a conscientização dos líderes locais dos setores já consolidados, bem como a formação voltada ao empreendedorismo dentro da educação básica.
Rota da Inovação
No início de outubro, um protocolo de intenções foi firmado entre a administração municipal, Univates e Acil para a implementação de um projeto de Rota de Inovação para a cidade. O acordo prevê também a criação de uma agência de desenvolvimento para estimular o empreendedorismo inovador.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br
