Em março deste ano, o supervisor regional da Emater, João Francisco Caíno, completou 39 anos de atuação. Desse período, está 23 anos em atuação com produtores do Vale do Taquari.
• O que te motivou a trabalhar na Emater?
Ao concluir o curso de Engenharia Agrônoma, fazendo uma análise de mercado de trabalho, a extensão rural me chamou a atenção. Naquela oportunidade, com o surgimento de concurso, eu me candidatei, obtive êxito e comecei a realizar um trabalho na Região das Missões. Foi um gostar da atividade da extensão rural que me levou a fazer isso.
• Você já tinha familiares na agricultura?
Eu tive a experiência de vida profissional construída ao longo da atividade executada pelo meus pais como agricultores em Cruz Alta. Então, por ter essa convivência na atividade primária e por gostar dela, cursei Engenharia Agrônoma e na sequência procurei esse trabalho de extensionista para interagir com os agricultores familiares, trocando informações e experiências de vida.
• Como chegou no Vale do Taquari?
Estou na região faz 23 anos. Antes disso, trabalhei nas Missões por 12 anos e um período no Planalto Médio. Então surgiu uma vaga no escritório regional de Estrela, na área de supervisão. Me candidatei e vim transferido.
• Na sua opinião, quais as características dos agricultores da região?
A história mostra que esses agricultores, através do tempo, tiveram grandes desafios para se estabelecer na região e construir o trabalho nas áreas onde foram lotados. Isso leva a construir pessoas com características de propositividade e de querer realizar as ações, ou seja, não acomodados. Temos agricultores comprometidos, dedicados e trabalhadores. Essas são características que identificam nossos agricultores com o uso intenso da mão de obra familiar.
• De que forma esses agricultores trabalharam para o desenvolvimento do Vale do Taquari?
Ao longo de décadas, a produção dessas famílias contribuiu diretamente para a constituição de agroindústria de grande porte, de cooperativas de beneficiamento e industrialização de produtos primários animais e vegetais, cooperativas de créditos e também de grandes empresas comerciais. Hoje temos no Vale do Taquari municípios onde a composição de seus orçamentos é proveniente quase na sua totalidade das atividades econômicas da agricultura familiar. Então, com certeza, podemos dizer que a agricultura familiar contribuiu e continua contribuindo para o desenvolvimento econômico e social do Vale do Taquari.
• O que falta para agricultura ser mais pujante?
Esse é um processo dinâmico. O que a gente trabalha diz respeito à diversificação das atividades, incentivo à sucessão e qualificação profissional dos agricultores, além da produção de alimentos saudáveis. Hoje estamos trabalhando no Vale do Taquari a produção de alimentos orgânicos. Queremos produzir alimentos saudáveis para a sociedade e temos esse trabalho com ótima receptividade.
• O que é a Emater para você?
A Emater é minha vida profissional. Construí minha estrutura familiar e círculo de amizade e conhecimentos na extensão rural. Tudo isso me faz uma pessoa feliz.
Fábio Kuhn: fabiokuhn@jornalahora.inf.br