Missão de governar um estado falido

Editorial

Missão de governar um estado falido

O governador eleito, Eduardo Leite, tem pela frente muitos desafios. Entre eles, equilibrar as contas do estado para voltar a crescer. Foi justo com esse discurso que venceu José Ivo Sartori nas eleições de domingo. O Rio Grande do Sul…

O governador eleito, Eduardo Leite, tem pela frente muitos desafios. Entre eles, equilibrar as contas do estado para voltar a crescer. Foi justo com esse discurso que venceu José Ivo Sartori nas eleições de domingo.
O Rio Grande do Sul está ficando para trás, não só na economia, mas na educação, na saúde, na infraestrutura, nos índices de qualidade de vida, isso sem falar na segurança pública, no momento a principal preocupação dos gaúchos.
Os problemas do RS têm como origem as péssimas administrações públicas. Nas últimas quatro décadas, o governo gaúcho gastou mais do que arrecadou. O saldo negativo aumentou, os juros viraram uma bola de neve e a arrecadação dos impostos se tornou menor do que o saldo a pagar.
Como resultado, começou a faltar para os serviços básicos. Frente a uma máquina pública ineficiente e pesada, o atual governador adotou políticas questionáveis, em especial o aumento na alíquota do ICMS.
Talvez uma das observações centrais de cada gestão pública do RS seja a falta de planos duradouros. As ações previstas encerram nos quatro anos de cada governo. Sem planejamento, projetos ficam pelo caminho e o Estado muda de rumo sem ter resolvido pendências gaúchas.
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O jovem governador eleito parece ter clareza com relação às necessidades do Estado. Posiciona como prioridade reformas estruturantes, como a tributária e a previdenciária. Essa última é um gargalo histórico do RS e de outros estados.
Os gastos com a previdência dos estados cresceram mais de 140% em seis anos. Hoje alcançam um déficit de R$ 93 bilhões e superam os orçamentos com saúde e educação. Conforme dados da Secretaria da Previdência, a despesa total dos estados com aposentadorias e pensões passou de R$ 67,2 bilhões para R$ 163,6 bilhões. Por outro lado, a receita das contribuições dos servidores e dos governos foi de R$ 42,6 bilhões para R$ 70 bi em 2017.
Como resultado, os governadores não conseguem fechar o ano e precisam tirar receita de outras áreas para pagar a previdência. A falta de dinheiro se explica nos parcelamentos. São quase quatro anos de salário pingado nas contas do funcionalismo.

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