Pedro colocou as crianças no banco de trás da Palio Weekend enquanto a esposa Dalila entrava no banco do carona equilibrando um mate e futricando no celular.
Ela falava com Renato, na verdade.
Mas isso, agora, não vem ao caso.
O que importa é que a família Brasil estava indo de Palio Weekend para as urnas.
Depois de colocar o cinto de segurança sobre a barriga de cerveja, Pedro pediu que Dalila procurasse o endereço da zona eleitoral no celular.
– Agora não posso. Faça isso você. Não sou tua estagiária – respondera a esposa de pronto.
Sequer olhou o marido na cara.
Pois bem, Pedro, calmamente, pegou o seu celular que estava esmagado entre o bolso e a barriga repousada no colo e foi no aplicativo de GPS.
– Tá dizendo aqui que a distância é de 17 minutos até as urnas.
– Conheço um caminho mais curto, que dá 13 – contrapôs Dalila.
– Olha, Dalila. Este caminho é aquele que passa perto do presídio, que é cheio de desvios e buracos. Passei o sábado todo encerando a Palio Weekend enquanto tu futricava neste telefone. Vou pelo 17 minutos.
– Tu confia mais neste celular do que em mim, Pedro?
Pedro nunca tinha parado para pensar nisso. Mas foi certeiro.
– Acho que na verdade sim.
E arrancou em cavalinho de pau no caminho do 17.
Dalila olhou para o caminho do 13 no retrovisor.
E voltou a falar com Renato.
Promessa cumprida
Bolsonaro já cumpriu a promessa de gerar empregos e renda antes mesmo de se eleger. Seu Geórgio conta que já vendeu pelo menos 600 camisestas entre o 1º e o 2º turno.

(SEM LEGENDA)
Televisor chiou
Bolsonaro provou que não precisou da grande mídia para se eleger. Provável que conclua que não precisa dela para governar.
E o povo parece ter apoiado a ideia.
Enquanto isso…No Jaburu
Os eleitores que fizeram Bolsonaro vestir a faixa presidencial se dividiram em dois votos – aqueles que compactuam com suas ideias radicais ou aqueles que cansaram do PT.
Ousaria dizer que o segundo caso foi responsável por jogar o general Mourão no Palácio do Jaburu.