A eleição de Jair Bolsonaro para presidente do Brasil nos próximos quatro anos encerra uma campanha eleitoral polarizada, de conflitos permanentes e fortes ingredientes de intolerância e rispidez. O resultado das urnas é a vitória da democracia, que sai do processo eleitoral mais forte do que entrou.
A partir de agora, Bolsonaro e a equipe que será nomeada para conduzir os rumos da nação têm, entre outros desafios e obrigações, fortalecer e consolidar cada vez mais o modelo democrático. A primeira manifestação do novo presidente foi alentadora. Apontou a verdade como preceito básico para conduzir seu governo e disse que a Constituição será o norteador para todas as ações. Invocou também a palavra de Deus, o que, para um estado laico, não convém.
Mais do que um gesto ou uma vontade, a conciliação do país precisa acontecer. A eleição, da maneira que foi, abriu feridas e espalhou conflitos. Partidos políticos, vitoriosos ou derrotados precisam fazer um balanço da eleição, comemorar ou lamber as feridas e seguir em frente. O discurso raivoso e revanchista, proferido por Fernando Haddad, logo após a derrota, nada contribui para a conciliação e só alimenta o confronto.
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A pacificação interessa à nação, até porque há graves problemas econômicosa serem resolvidos com a participação do Legislativo, que terá de aprovar leis e emendas constitucionais. Para conseguir empregar suas ideias e propostas, Jair Bolsonaro precisará de votos no Legislativo, o que implica em negociações entre situação e oposição, balizadas pelo interesse público.
Bolsonaro foi eleito com 57 milhões dos votos válidos, mais de 11 milhões do que Fernando Haddad. Ainda assim, o capitão não recebeu um cheque em branco. O alto grau de abstenções, brancos e nulos, traduz um descrédito com a política e também com as duas propostas que disputavam o segundo turno.
Bem por isso Bolsonaro precisará governar para toda a nação brasileira. Os desafios não são pequenos e começam pela recuperação da imagem externa do país, desgastada pela criminalidade, pela corrupção endêmica e pelos próprios palavreados e expressões destemperadas que tem proferido enquanto deputado.
Ao assumir o compromisso de governar para todos, como prometeu na noite de domingo, Bolsonaro é a esperança social de devolver o Brasil aos trilhos do desenvolvimento, da austeridade, da verdade, da coragem para investir e do combate à corrupção. Por tudo isso, o desafio do novo presidente não é menor do que a esperança do brasileiro por dias melhores.
Editorial
Governar para todos
A eleição de Jair Bolsonaro para presidente do Brasil nos próximos quatro anos encerra uma campanha eleitoral polarizada, de conflitos permanentes e fortes ingredientes de intolerância e rispidez. O resultado das urnas é a vitória da democracia, que sai do…