Envolta de muito amor e gratidão, a comunidade Amigos Lábio Leporino e Fenda Palatina, de Lajeado, realizou um encontro muito especial no sábado passado, 20. O evento no Parque dos Dick serviu para que diversas famílias se reunissem por uma só causa – a conscientização da sociedade sobre a existência do acompanhamento gratuito de crianças que nasceram com lábio leporino e fenda palatina.
Com apoio da FundeF, da Associação de Pais e Amigos da FundeF, da organização mundial da causa, a Smile Train, e do grupo As Fissuradas, o encontro promoveu trocas de experiências, divulgação da causa, um momento para esclarecer dúvidas e proporcionar a criação de novas amizades, além de diversão para as crianças.
De acordo com Patrícia Elisa Bender, que coordena a página Amigos Lábio Leporino e Fenda Palatina, a ação foi necessária. “É um momento importante para ver que existem outras famílias enfrentando o mesmo problema. A FundeF Lajeado é um grande centro de referência. O que eu ainda lamento é que existam pessoas adultas com fissuras e que nunca passaram por um centro de reabilitação”, afirma.
Patrícia expôs ainda a importância de reforçar essa relação do centro de reabilitação com tratamento, informação e família. “Buscamos com isso, entre outras coisas, ampliar o nível de pesquisas, melhores tratamento e incentivar campanhas de viabilização de recursos.”
A programação iniciou às 14h e se estendeu até o fim da tarde. Incluiu roda de chimarrão, brinquedos infláveis e distribuição de material explicativo e brindes surpresas como cupcakes, bolos e chaveiros.
Vencendo os medos
Conforme Alain Viegas, cirurgião pediátrico e presidente da FundeF Lajeado, a organização chegou em um estágio muito satisfatório, atendendo completamente as necessidades da região. “Estamos em um patamar que conseguimos tirar um fôlego para, além de trabalhar com os pacientes, divulgar a causa. Na fase atual, só não recebe o tratamento quem não tem informações sobre tal”, relata.
Por mais controverso que possa parecer, Viegas afirma que o maior número de famílias que não recebe instrução imediata sobre o tratamento e reabilitação de crianças nascidas com fissuras está na rede privada de saúde. “A FundeF e os profissionais da rede pública de saúde já estão sincronizados para que seja feito esse encaminhamento, agora precisamos abranger também o setor privado”, revela.
A diretora da Smile Train, Mariane Goes, veio de São Paulo para prestigiar o evento. Segundo ela, as dúvidas das famílias abrangem desde a cirurgia até os procedimentos legais e reabilitação. “É muito importante que assim como a comunidade, os profissionais na saúde como um todo conheçam a causa e saibam orientar as famílias para procurarem a FundeF, o que ainda não acontece completamente”, diz.
Símbolo e inclusão
Para abrilhantar o evento, a FundeF criou uma campanha toda baseada nos emoticons comumente utilizados nas redes sociais. Aos smiles amarelos comuns, foi adicionado um tracinho logo acima do lábio, indicando de forma divertida e didática que quem nasce com alguma fissura também está incluído na sociedade.