Vinhos para iniciantes

ARTE E PRAZER

Vinhos para iniciantes

O avanço do setor vinífero brasileiro e a própria globalização fazem com que cada vez mais pessoas se interessem por vinhos. É claro que não é preciso decorar um manual técnico para apreciar a bebida, mas saber o básico para…

Vinhos para iniciantes

O avanço do setor vinífero brasileiro e a própria globalização fazem com que cada vez mais pessoas se interessem por vinhos. É claro que não é preciso decorar um manual técnico para apreciar a bebida, mas saber o básico para escolher um rótulo ou armazenar ajuda a ter uma experiência completa.

O enólogo e professor do curso de Gastronomia da Univates Mateus Valduga, ministrará um curso de degustação de vinhos na universidade em novembro. As inscrições podem ser feitas no site da instituição. Até lá, quem quiser aprender mais sobre a bebida pode conferir essas dicas que o docente deu ao Gastrô.

O que observar no rótulo?

O consumidor nem sempre entende os termos nos rótulos dos vinhos. O termo “fino” quer dizer que ele foi elaborado com uvas de origem europeia, da espécie Vitis vinifera, que ao longo da história foi a espécie que resultou em vinhos mais saborosos, pelo alto teor de açúcar que ela concentra. O termo “tinto” se refere à cor e o termo “seco” está relacionado ao teor de açúcar residual do vinho. Todo vinho contém nem que seja 1g de açúcar residual, e os secos são os que contêm a menor presença de açúcar. Para quem prefere algo mais doce, existe a classificação demi-sec, e ainda os vinhos suaves com teores maiores de açúcares. Além disso, a reputação do produtor e informações sobre a safra não devem ser neglicenciadas.

Mateus Valduga

Quando e como usar o decanter?

Para eliminar sedimentos naturais decorrentes do longo envelhecimento do vinho. Alguns vinhos, por opção do produtor, não foram filtrados e nem passaram por um processo de estabilização forçada, o que fará com que o ácido tartárico presente no vinho se deposite no fundo da garrafa durante o processo. Independente de ter ou não depósitos, o decanter pode ser usado apenas para oxigenar e “abrir” os aromas de um vinho que está engarrafado há muitos anos, por exemplo. Se algum vinho tiver aroma de ovo ao abrir, experimente aerá-lo (deixar em contato com o ar) por uns 15 minutos antes de consumir. Qualquer jarra de vidro pode virar um decanter, não precisa ser necessariamente uma daquelas caras de cristal.

Como conservar o vinho após aberto?

O oxigênio é importante na aeração do vinho, porém, após um período de longa exposição, ele começa oxidar. Após aberto, se guardado na geladeira, o vinho se manterá de cinco a sete dias em perfeito estado. Nos dias seguintes, a oxidação já começa dar sinais no aroma do vinho. Quanto maior o teor alcoólico do vinho, mais tempo, em teoria, ele suporta depois de aberto. Alguns utensílios permitem uma vida prolongada mesmo aos vinhos abertos. São as bombinhas de sucção de ar, que formam um vácuo dentro da garrafa e outros equipamentos mais sofisticados que injetam gás inerte na garrafa, podendo ser guardado por meses depois de aberto.

Dicas para quem toma vinho suave e quer experimentar os secos:

Devemos nos esforçar para sair da “zona de conforto” que o açúcar proporciona e prestar atenção nas sutilezas e complexidades de um vinho seco. Quando tirei o açúcar do café, foi um choque, mas hoje reconheço de longe um bom de um mau café. Com o vinho é a mesma coisa. Não que eu seja contra os suaves, mas, quando nos acostumamos com um teor menor de açúcar, nosso paladar passa para um outro estágio de exigência. Sugiro às pessoas que partam para os vinhos secos mais leves e aromáticos e aos poucos provem vinhos mais encorpados e complexos. Além do mais, os vinhos secos são muito mais versáteis na harmonização com comida.

Principais erros de quem está iniciando nesse universo:

O maior erro é não buscar informação. Vejo muita gente julgando algum tipo de uva por alguma experiência ruim. Por exemplo, a pessoa comprou um Cabernet Sauvignon que por azar teve um problema na rolha (muito comum em vinhos com rolha de cortiça) e vai julgar aquele vinho daquela uva ou daquele produtor para o resto da vida. E o vinho é um produto natural, sujeito a variações do clima. Também é de se destacar que cada uva tem sua aptidão. Algumas resultam em vinhos com mais aromas, outras com mais taninos. Ou ainda, a pessoa compra um vinho muito barato e cria uma expectativa muito grande.

Acompanhe
nossas
redes sociais