Pelo menos 20 famílias terão que deixar o Nova Morada I e II

ESTRELA

Pelo menos 20 famílias terão que deixar o Nova Morada I e II

Levantamento da Caixa Econômica Federal aponta que moradores estavam alugando e vendendo residências. Contrato do Minha Casa Minha Vida proíbe essa prática por 10 anos

Pelo menos 20 famílias terão que deixar o Nova Morada I e II
Estrela

Em 2016, o motorista Everson Weber, 54, conquistou o sonho da casa própria assim que recebeu a chave de uma residência no loteamento Nova Morada I e II.

“Vivi minha vida inteira no bairro Oriental sob ameaça de enchente. Agora, sou muito feliz aqui no Nova Morada”, conta.

Assim como ele, outras 250 famílias receberam a chave da casa própria nessa região. Porém, dois anos após essa conquista, cerca de 20 terão que deixar o local por irregularidades.

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Levantamento

A Caixa Econômica Federal, responsável pela gerência da habitação, analisou nos últimos dois meses situações de locação e venda de imóveis – o que é proibido por dez anos a partir do contrato firmado faz dois anos.

“Essas pessoas já sabiam disso. Antes de irem morar no Nova Morada I e II, elas participaram de uma série de palestras que explicava o funcionamento da inscrição no imóvel”, diz o secretário do Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação (Sedesth), José Itamar Alves.

O morador Weber critica a conduta desses proprietários. “Tem gente que vende a casa, outros não vêm morar. Eles não pensam que muita gente precisa desse imóvel e fazem mau uso dessa oportunidade”, critica.

Ainda sem data definida, as residências que serão desocupadas serão repassadas aos suplentes, que aguardam na fila para receber as chaves. As famílias irregulares já foram notificadas.

Em função das eleições presidenciais em segundo turno, a Caixa Econômica Federal afirmou não poder se posicionar sobre o caso.

Maria Roseli dos Santos

Carências

De acordo com a Sedesth, pelo menos 97% das casas do Nova Morada I e II estão habitadas. No entanto, algumas residências ainda não têm sistema de água. Segundo Alves, em algumas residências, sequer há registros de água ou a conta vem zerada.

“Têm pessoas que colocam cortinas ou deixam luzes ligadas para dizer que tem gente morando, mas na verdade não tem ninguém em casa”, conta.

Conforme o governo Mallmann, pelo menos 32 famílias aguardam como suplentes por uma vaga no Nova Morada I e II.

Nilson Stoll

Cotidiano difícil

Pelas ruas do loteamento, o assunto mais falado é o uso irregular dos imóveis.

“O pessoal todo está comentando isso. Mas a gente não conhece essas pessoas”, conta a aposentada Maria Roseli dos Santos, 46.

Por medo de represálias, alguns moradores que conhecem tais situações preferem não se manifestar.

“Tem muito criminoso aqui no meio. Se a gente fala onde tem casa à venda ou para alugar, eles ameaçam a gente de morte”, conta uma moradora que prefere não ser identificada.

Outros, em função do trabalho, afirmam desconhecer situações irregulares.

“Para pouco no bairro. Saio de manhã cedo e volto de noite”, conta o vendedor Nilson Stoll, 47.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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