Suspeita sem fato

Editorial

Suspeita sem fato

Na eleição mais polarizada e agressiva da recente história democrática brasileira, as suspeitas quanto à segurança da urna eletrônica são frágeis, inconsistentes e pouco credíveis. Não param em pé. Desde os vídeos de eleitores (proibidos, diga-se de passagem) em que…

Na eleição mais polarizada e agressiva da recente história democrática brasileira, as suspeitas quanto à segurança da urna eletrônica são frágeis, inconsistentes e pouco credíveis. Não param em pé. Desde os vídeos de eleitores (proibidos, diga-se de passagem) em que não aparece determinado candidato na tela, até os erros de leitura na digitação dos números, podem ser explicadas de uma maneira simples.
Na primeira, o eleitor apertava o número do candidato para presidente no momento em que se escolhia o governador. No outro caso, ocorre quando a digitação é mais rápida do que a capacidade de processamento do sistema.
Nos dois casos, não há um conluio para fraudar o resultado. Sem dúvida, o eleitor deve ficar alerta. Votar com tranquilidade e prestar atenção antes de confirmar. Trata-se de um sistema eletrônico, passível a erros ou problemas técnicos. Mas isso não quer dizer que há uma conspiração por trás de cada urna.
A segurança do sistema eleitoral é um dos pontos positivos do modelo adotado em 1996. Há uma série de mecanismos para garantir os preceitos legais de sigilo em cada voto. O programa das urnas passa por verificação, auditagem e acompanhamento com testes públicos de segurança.
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Seis meses antes da eleição, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) abre esses programas para que instituições, como partidos políticos e universidades, possam analisar detalhadamente cada um dos programas que serão usados na eleição. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Polícia Federal (PF) e o Supremo Tribunal Federal (STF) também participam desse processo.
Depois de todas as análises, testes e verificações de vulnerabilidade, as urnas são submetidas a um processo de lacração dos sistemas. Trata-se de uma blindagem dos programas. Os técnicos extraem um dígito verificador de cada unidade. Isso dá garantia de integridade.
No primeiro turno da eleição, em todo o Brasil, apenas 0,3% das urnas apresentaram alguma falha. Levantar falsas suspeitas e afirmar que há fraude no sistema são atos levianos e que só servem para aumentar a instabilidade no país e criar ainda mais agressividade entre eleitores que pensam diferente.

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