Um público de mais de 120 pessoas de diversos municípios participa do 1º Seminário Territorial de Agroecologia e Produção Orgânica do Vale do Taquari. A programação começou na quarta-feira e se estende até amanhã. O encontro ocorre no Salão Comunitário de Linha Palmas.
A iniciativa faz parte das celebrações da Semana da Alimentação e o tema central desta edição é o “Papel da alimentação em nossas vidas”. Nos primeiros dias, o evento teve palestras técnicas, relato de experiência de produtores, oficinas temáticas e a troca de sementes e mudas crioulas.
O objetivo é de estabelecer um diálogo sobre a importância no consumo de alimentos saudáveis, ressaltando ainda o impacto causado pelo modelo agrícola na qualidade do que chega às mesas dos brasileiros. “Além disso, a atividade abordou as perspectivas para a produção orgânica do Vale e quais os caminhos para o fortalecimento do modelo”, comenta a representante do Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica (NEA), Cândida Zanetti.
O evento foi organizado pelo NEA, Emater/RS-Ascar e Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs), com o apoio da Articulação em Agroecologia do Vale do Taquari (AAVT) e do programa Rio Grande Ecológico da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR).
Saúde e cultura
Palestrante na quarta-feira, a mestre em Desenvolvimento Rural pela Ufrgs, Mirian Strate, apresentou o painel Você sabe o que está comendo? em que traçou um amplo papel sobre a alimentação e sobre como os processos de consumo têm sido redefinidos na modernidade – também pela maior oferta de produtos agroecológicos. “O que se constata é uma relocalização do sistema agroalimentar, com um aumento de consciência que não tem apenas a ver com saúde, mas também com outros ‘capitais’ como o social e o cultural”, afirma.
Técnicas
Nas oficinas, os participantes puderam conhecer mais sobre produção de morango orgânico em bancadas, técnicas para cultivo em hortas orgânicas, reconhecimento de Plantas Alimentícias Não-Convencionais (Pancs) – como ora-pro-nobis, capuchinha e dente-de-leão – e alternativas de inoculantes para gramíneas e leguminosas. Quem pretendia trocar mudas ou sementes, encontrou variedades crioulas de milho, feijão, bucha vegetal, melão, melancia, hibisco, soja preta, castanha do pará, vagem, entre outras.
Para Sílvia Toni, da localidade de Lajeadinho, o evento foi a oportunidade para ampliar o conhecimento. Produtora de alface, agrião, rúcula, espinafre, couve e outros “verdes” há apenas dois anos, Sílvia, uma corretora de imóveis prestes a se aposentar, aposta na produção de cestas de produtos cultivados sem nenhum produto químico, que são entregues para consumidores na cidade. “A gente estabelece uma relação com os nossos compradores e percebe a alegria deles ao receber produtos e isso não tem preço”, avalia.