As previsões sobre a interferência das notícias falsas sobre os eleitores se concretizaram. A campanha deste ano está marcada pela polarização e pela desinformação. Tanto de um lado quanto do outro. Nem mesmo o esforço das instituições públicas, como o Ministério Público e a Justiça Eleitoral, dos veículos de comunicação e dos jornalistas, foi capaz de reduzir a disseminação das fakes news.
O termo foi criado durante o processo eleitoral norte-americano e culminou com a vitória de Donald Trump. O uso de boatos, mentiras e informações fora de contexto não é novo. Há conhecimento dessa prática desde as sociedades antigas e inclusive nos primeiros jornais do mundo.
Porém, antes, a informação se disseminava lentamente; agora, se espalha como um raio, sem que se veja de onde veio e para onde vai. Dados do Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas para o Acesso à Informação, da USP, afirmam que cerca de 12 milhões de pessoas difundem notícias falsas sobre política no país.
A economia de cliques e compartilhamentos torna as redes sociais um arcabouço de desinformação. O modelo de negócio das mídias sociais depende do usuário. O clique, a curtida e o compartilhamento garantem o sustento de plataformas sociais. A propagação de informações distorcidas, inverídicas ou fora de contexto impacta sobre as relações sociais, aumenta a polarização e interfere nas escolhas dos indivíduos.
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Na internet, nos grupos de whatsApp e nas redes sociais, as discussões políticas separam as pessoas que pensam diferente. Não há mais diálogo, debate de ideias. Apenas ofensas e rotulagens. Os termos fascismo e comunismo renasceram em pleno século 21 e pautam uma campanha de poucos projetos para tirar o Brasil do atoleiro.
Nessas trocas de farpas, fica evidente o quão rasas estão às análises políticas de muitos eleitores, em especial dos internautas. Ser ativo na vida política nacional não tem relação com o número de publicações em redes sociais ou a disseminação de informações duvidosas nos grupos de whatsApp.
Conhecer de política e ter uma opinião válida sobre o tema tem relação com pesquisa, leitura, reflexão, visão de mundo e empatia. É enxergar para além do próprio umbigo. Conseguir distinguir o populismo eleitoreiro barato daquelas políticas imprescindíveis à população.
Editorial
Campanha da desinformação
As previsões sobre a interferência das notícias falsas sobre os eleitores se concretizaram. A campanha deste ano está marcada pela polarização e pela desinformação. Tanto de um lado quanto do outro. Nem mesmo o esforço das instituições públicas, como o…