Durou menos de um minuto a ação de descarte irregular de tinta para metais próximo a um posto artesiano que abastece pelo menos oito famílias em Linha Geraldo, nas imediações do km 47,9 da RSC-453.
De acordo com o marceneiro Eduardo Luís Marcos, 46, a câmera de sua residência flagrou uma caminhonete às 16h47min de quinta-feira, 11, subindo com 11 latas de tinta na caçamba. Às 16h48min, o mesmo veículo foi monitorado descendo sem a carga.
Com a chuva no feriado de Dia das Crianças, 12, parte do material tóxico entrou em contato com o solo.
“Só percebi que tinham jogado lixo durante a noite, quando vi aquele amontado de 11 latas de tinta meio abertas.”
O cheiro forte da tinta expelido pelas latas, além de incomodar a comunidade, também preocupa. Nas latas, o sinal de “caveira” revela o perigo do material tóxico.
“Já tinham jogado lixo aqui e bicho morto. Mas tinta tóxica ainda não. Estamos preocupados que isso entre em contato com a água que bebemos drenada do Arroio Boa Vista”, diz o produtor de rosas César Kleinubing, 40.
Força comunitária
O poço artesiano que abastece as oito famílias na Linha Geraldo foi construído pela própria comunidade faz cerca de 20 anos. Nos últimos anos, enfrentaram uma série de entraves burocráticos relacionados à legalidade ambiental.
“Foi mais de um ano para juntarmos toda papelada para nosso poço artesiano estar apto a nos abastecer conforme as leis. Agora vem um irresponsável desses e joga lixo tóxico a 10 metros de nossa obra”, lamenta Kleinubing.

GPA investiga o responsável pelo descarte. Solo contaminado será retirado
Autoridades
Os moradores de Linha Geraldo afirmam ter feito denúncia à Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).
Em contato com a reportagem do A Hora, a Fepam afirmou que analisará a situação e tomará as devidas providências. Ainda segundo a fundação, as denúncias são tratadas de acordo com a gravidade de cada irregularidade e, a partir disso, efetivamente verificadas.
De acordo com o governo municipal, a equipe de fiscalização ambiental esteve ontem à tarde no local onde houve o descarte irregular e recolheu as latas de tinta. O solo contaminado será retirado.
O governo vai armazenar temporariamente as latas de tinta até que seja encontrado o responsável pelo descarte, cuja investigação fica a cargo do Grupo de Patrulhamento Ambiental (GPA).
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br