“Não é só uma questão cultural”

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“Não é só uma questão cultural”

Andréas Hamester, 54, é o instrutor do Grupo de Danças Folclóricas de Estrela, a mais antiga entidade do gênero no Brasil. Há 34 anos na função, já formou centenas de dançarinos e acredita na perpetuação da arte às próximas gerações.…

“Não é só uma questão cultural”

Andréas Hamester, 54, é o instrutor do Grupo de Danças Folclóricas de Estrela, a mais antiga entidade do gênero no Brasil. Há 34 anos na função, já formou centenas de dançarinos e acredita na perpetuação da arte às próximas gerações.
• Como é propagar a cultura alemã às novas gerações?
Lembro do tempo em que eu também era criança e ia ao Lar do Jovem para ensaiar. Hoje, passado tanto tempo, recebo centenas de crianças todos os anos para transmitir a elas a cultura da dança folclórica. Para mim, é uma lembrança muito bacana e a certeza da continuidade desse trabalho que de geração em geração se tornou uma tradição muito forte no município.
• Qual é a importância de preservar esses valores?
Não é só uma questão cultural a importância de manter viva a tradição da dança folclórica, mas também uma forma de passar aos jovens e às crianças uma experiência fantástica de vida. Nos nossos grupos, não fazemos apenas danças e ensaios. Nos reunimos, debatemos, trabalhamos, realizamos mil coisas, desde a confecção de trajes, conversas sobre o que faremos e planejamento de onde queremos chegar. Isso tudo gera um conhecimento e uma vivência de grupo espetacular.
• Quais benefícios são gerados a quem participa?
Entre os principais benefícios, estão a interação entre as pessoas e o surgimento de grandes grupos de amizade. Presencio esse aspecto a cada ano. Tem até o surgimento de novas famílias, já que ali surgem namoros, casamentos e hoje há pessoas com netos dançando. É uma troca fantástica, no sentido de ir lá aprender dança folclórica e também conhecer muitas coisas, como as cidades onde a gente se apresenta, as pessoas de outros lugares, estados e países.
• Como despertar o interesse dos jovens pelo apreço às origens?
Isso não é nada fácil. Não trabalhamos apenas a dança, mas sim a construção de um grupo de amigos, que interagem bastante e desenvolvem, por meio do diálogo, uma meta, um caminho, um objetivo em comum. Isso gera mais interesse das pessoas, pois todos estão abertos a essa construção, a coisas novas e também para serem reconhecidos. Seja como um bom dançarino, como um líder que ajuda na organização, como alguém participativo.
• Qual é a perspectiva futura dessa tradição?
A nossa perspectiva é muito boa. Já estamos pensando no próximo ano, quando completaremos 55 anos de existência. Temos os mais antigos e maiores grupos de danças alemãs do país. São 12 categorias, dos 3 até os 90 anos, mais de 420 componentes. Estamos trabalhando agora no restauro completo da nossa sede, o Lar do Jovem, que é onde tudo acontece. Sabemos que há muito a fazer e sempre nos propusemos a ir em frente, fazer cada vez mais e melhor.

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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