Antigo operador de massas da Monibel, o agora motorista Valcir Brauvers aguarda faz dez anos a rescisão trabalhista ainda não paga pela empresa.
“Fizeram apenas o pagamento do último salário. Ficaram devendo todos os outros direitos para os funcionários”, lamenta Brauvers, que já considera a luta pelo dinheiro como perdida.
Nessa terça-feira, 2, a Monibel Indústria e Comércio de Alimentos completou uma década de falência. A empresa funcionou por 31 anos produzindo balas, chicletes, caramelos, pirulitos e pastilhas.
“A gente se virava lá para fazer o melhor trabalho. O dinheiro que é meu direito seria bem-vindo”, conta.
Falência
As atividades da Monibel foram suspensas pela Justiça em 2008. A empresa chegou a vender produtos em todo território nacional e exportou para o Paraguai, Argentina, Uruguai, África do Sul, Portugal, Chile, Cabo Verde, Costa Rica, Gana, Nigéria, Guiné, Senegal, Angola, Cuba, Benin. Gâmbia, Venezuela, Ilhas Canárias e Israel.
Em 2001, conquistou a certificações ISO 9001 – norma de sistema de gestão da qualidade (SGQ) reconhecida internacionalmente.
Justiça
Quando faliu, a dívida da empresa alcançava cerca de R$ 12 milhões entre credores e funcionários. Cerca de 150 pessoas perderem o emprego.
“Vários colegas meus tentaram ir atrás do dinheiro que têm por direito, mas ninguém conseguiu nada”, salienta Brauvers.
A massa faida da fábrica foi a leilão em agosto de 2016, com estrutura avaliada em R$ 7,4 milhões. O prédio foi derrubado. Hoje uma revenda de carros atua onde funcionava a fábrica de doces.
Defesa
Reportagem do A Hora tentou contato com o escritório Weisheimer e Piccinini Advogados, responsáveis pela defesa da Monibel, os quais afirmaram não ter autorização pra prestar depoimentos sobre o caso, tendo em vista que dois advogados que tratam do assunto estariam em reunião ao longo de toda tarde de ontem.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br