Caminhoneiro por 15 anos, o aposentado Neir Anschav, 63, buscou na antiga profissão a influência para tirar do papel a fábrica de brinquedos particular. Com o passar do tempo, as miniaturas de caminhão se popularizando também entre os adultos.
• Como surgiu a ideia de fazer as miniaturas de caminhão?
Sempre sonhei em ter uma fábrica de brinquedos, algo diferente. Como era caminhoneiro, pensei em fazer miniaturas de caminhão. Em 2000 eu comecei e o primeiro caminhãozinho nasceu em seis meses. Continuei a fazer alguns para a crianças brincarem. De repente, os caminhoneiros começaram a se interessar. Eles me davam a foto do caminhão e eu fazia personalizado.
• Que materiais o senhor utiliza?
Tudo de madeira caixeta. Optei por essa madeira leve porque é boa de trabalhar e não pesa tanto se preciso mandar uma encomenda pelos Correios. Também quero experimentar o MDF, pois pra pintar é melhor. Na pintura, uso tinta automotiva, a PU, melhor que tem para o carro.
• Já tinha experiência nesse tipo de trabalho?
Não. Foi tudo por conta. Fiz os moldes sozinho. Fui até as revendas para pegar as dimensões para fazer a escala.
• Quantos miniaturas já fez nestes 18 anos e qual foi a mais difícil?
Por volta de umas 50. No começo não fazia muitas. Faz dois anos que me aposentei e fiquei com mais tempo. Não sei dizer qual o mais difícil, pois cada caminhão tem um trabalho diferente. É uma arte feita na hora. Já cheguei a fazer até caminhão de corrida. Geralmente, os caminhões para italianos demoram mais, pois eles cuidam bastante os detalhes.
• Quem mais procura o serviço: crianças ou adultos?
Olha, agora tem mais adultos caminhoneiros. Eu sempre digo, já que não ganhou do chefe, manda fazer o teu caminhão. Já fiz umas quantas miniaturas para os apaixonados guardarem na estante de casa longe do alcance das crianças.
• Pensa em expandir essa atividade?
Já estão me pedindo carros. Os opaleiros querem Opala. Tem jovens sem carro, mas que jogam videogame e querem essas miniaturas. Uma hora destas vou tentar fazer.
Fábio Kuhn: fabiokuhn@jornalahora.inf.br