Um momento para conhecer as diferentes culturas da região, sobre a importância dos direitos humanos, o respeito à diversidade de gênero. Esse foi o propósito da formação de docentes promovida pela 3ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE).
De acordo com a coordenadora da CRE, Greicy Weschenfelder, representantes das 89 escolas participaram do treinamento. “É um tema instigante, desafiador e urgente, pois se trata de uma preocupação de como incluir os diversos em sala de aula, nas escolas e mesmo nos grupos de professores.”
Para ela, o professor tem o papel de mediar as diferenças e quebrar os preconceitos. “Não basta discursos e palavras bonitas. É preciso praticar. Estudar em aula, dar o exemplo e multiplicar o conhecimento.”
A formação ocorreu nessa quinta-feira, no Instituto Estadual de Educação Estrela da Manhã. Na programação, constaram apresentações artísticas de alunos das escolas indígenas, dos estudantes do Ensino Médio da Vidal de Negreiros, dos quilombolas do Grupo Unidos de Lajeado, além de palestras com autoridades do Estado, do Ministério Público e mesa de debate entre professores.
Unidos contra o preconceito
O presidente do Quilombo Unidos de Lajeado, Vanderlei Adriano da Silva, acredita que o contato com os professores ajuda no reconhecimento da comunidade perante a região. “Isso é muito importante para ajudar a vencer o preconceito. O que não podemos é internalizar esse sentimento. Temos de nos manter unidos.” Silva conta que a comunidade quilombola luta na Justiça para ter direito a uma área de terras. “Há indicativos históricos de que nossos antepassados moraram em terrenos no bairro Planalto.”
Com o repasse da área, acredita o presidente da comunidade, se conquista mais representatividade perante a sociedade e também mais garantia para preservação da cultura.
Conhecer a identidade
A equipe de diversidade da 3ª CRE é composta por três assessoras pedagógicas. Valesca Paqualetto, Regiane Mallmann e Isaura Nolibos. De acordo com elas, o encontro com os professores teve como propósito estabelecer critérios para que as temáticas de gênero, direitos humanos e diversidade étnica estejam presentes no cotidiano das escolas.
“Trabalhamos muito na organização para que conseguíssemos trazer todas as ramificações culturais da nossa região. Para assim, conhecermos a nossa identidade enquanto sociedade”, relata Valesca.
Diante do aumento da intolerância no país, é preciso deixar claro o papel da escola e dos professores. “A intolerância vem da ignorância e hoje não há mais verdades absolutas. Em sala de aula, o educador tem a missão de ensinar a cultura da paz, para que mesmo pessoas que pensem diferente, consigam estabelecer um diálogo e propaguem a cultura da paz”, frisa Regiane.
Filipe Faleiro: filipe@jornalahora.inf.br