Nas tardes de domingo, há 60 anos, as crianças pulavam corda, amarelinha e criavam brincadeiras pelas estradas de chão batido. Essas lembranças são parte de uma vida cheia de histórias para contar, que foram compartilhadas ontem na peça encenada pelo grupo de teatro da melhor idade Sempre as Mesmas, durante o 34ª Encontro Municipal do Idoso.
Quatro candidatas à soberana e cinco casais postulantees à rei e rainha desfilaram no Salão Comunitário Evangélico Martin Luther para a escolha da nova corte. Os escolhidos foram o casal Verno Kleinhans, 69, e Emilda Feiden, 69, que estão juntos faz um ano e representam o grupo Blumenstraus, de Bela Vista, e a soberana Isolde Lenhard, 62, do grupo Bem Me Quer.
Kleinhans é natural de Três de Maio e se mudou para Teutônia em 1989 em busca de emprego. Ele, que tem três filhos, três netos e um bisneto, conta que participa do grupo de idosos faz quatro anos e adora as atividades. “Nós fazemos amizades, dançamos e rimos muito”, lembra.
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Emilda é aposentada como pedagoga e participa do grupo faz 17 anos. Ela conta que o seu sentimento é de pertencimento a um grupo que procura alegrar as pessoas e criar novos vínculos de amizade. “Estando ali, nós saímos do mundo pequeno em que vivemos e abrimos nossos horizontes”, diz.
Coordenadora dos 15 grupos da melhor idade faz 20 anos, Aneli Dickel lembra das primeiras reuniões. Hoje os encontros são mensais. “Nós levamos música e palestras sobre a saúde. Eu toco o meu violão e o Sérgio leva a gaita. Eu realmente gosto de participar”, comenta.
O encontro de ontem é uma homenagem ao Dia Mundial do Idoso, 1º de outubro.
Histórias pra contar
Quando Odilla Sheffer Feine, 79, e Silvia Kich, 76, entraram no salão, resgataram as histórias da infância com a encenando do grupo Sempre as Mesmas. Elas traçaram uma linha do tempo que passou pela adolescência, pela maternidade, contando suas experiências até chegar à melhor idade.
“Uma coisa legal do nosso grupo é que não precisamos decorar as nossas falas, porque contamos as coisas da vida”, comenta Odilla. Ela conta que, quando era criança, era acostumada a brincar na rua sempre que podia e que hoje não é mais assim. “Eles não sabem nem mais subir em árvores”, lamenta.
Silvia lembra que naquela época as pessoas tinham mais convívio e que hoje vivem muito fechadas para si. Para ela, esses encontros de idosos são importante para a saúde física e mental. “Se só ficamos em casa, acabamos adoecendo”, conta.
Com o grupo de teatro, elas já se apresentam faz pouco mais de um ano. A primeira peça foi no encontro do ano passado, com o nome A Máquina Renovadora, e desde então encenaram os Reis Magos e uma esquete em comemoração à festa junina.
Com um amplo repertório, o Coral Municipal Anos Dourados também se apresentou, além de grupos de dança do município, que emocionaram quem assistia.
O prefeito Jonatan Brönstrup e demais autoridades também estiveram presentes, bem como os coordenadores do grupo de idosos e os pastores que ministraram o culto ecumênico.
Bibiana Faleiro: bibiana@jornalahora.inf.br
