Vingança só propaga a violência

Editorial

Vingança só propaga a violência

A suposta agressão de um professor contra um aluno da rede municipal de Estrela impacta a comunidade regional. A investigação tem de ser rápida e esclarecer os fatos. Caso o professor tenha mesmo se excedido, comprovada a agressão, deve ser…

A suposta agressão de um professor contra um aluno da rede municipal de Estrela impacta a comunidade regional. A investigação tem de ser rápida e esclarecer os fatos. Caso o professor tenha mesmo se excedido, comprovada a agressão, deve ser punido conforme o previsto na lei. O assunto surgiu após o avô da criança publicar fotos do menor com hematomas nos ombros. Na postagem, o homem acusa um professor de ter machucado a criança.
Pelo que se sabe até o momento, o possível agressor ensinava música em diversas escolas de Estrela. O caso serve de alerta para os gestores. Sem dúvida, a partir disso, haverá uma análise mais criteriosa antes de contratações para atividades extras.
Por outro lado, populares saem em defesa da criança e emitem como sentença o linchamento do homem. Querem vingança. Nesse campo, precisa-se é de Justiça. Em meio ao pensamento coletivo que se espraia de norte a sul do Brasil, do sentimento de impunidade, a sensação de insegurança e a descrença nas instituições, abre-se espaço para a defesa dessa dita “justiça com as próprias mãos.”
Esse é um perigo constante à comunidade. A vingança é destrutiva, quer o sofrimento do outro, que seja de proporção igual ou superior a sofrida. Quando cada um for resolver seus impasses pela violência, será tão agressor e criminoso quanto o outro.
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É preciso entender que o extremo, de violência para combater violência, não significa resolver os problemas. Só com o esforço coletivo, desde a família, a escola, toda a comunidade, junto com as instituições sociais e públicas pode-se avançar na cultura da paz.
Todo o momento pelo qual passa o país, de instabilidade econômica, social, educacional e de segurança, provoca mais intolerância. Nas redes sociais, se ganha outra dimensão. As reações são potencializadas pelas palavras de ódio. Esse movimento potencializa uma contradição: de que a violência contra alguém que cometeu um ato desaprovador é aceita na sociedade.
Equilíbrio é a palavra-chave para as reações nas redes sociais. Afirmar que os direitos humanos servem para salvaguardar criminoso é um equívoco. Enquanto toda a sociedade não defender a paz, nunca se vencerá a violência.

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