O governo iniciou o processo de exoneração do professor de Música suspeito de agredir uma criança. A acusação foi feita pelo avô do menino. Ministério Público (MP), Conselho Tutelar e Polícia Civil (PC) também averiguam o caso registrado na Escola Municipal de Educação Infantil Paulo Freire, no bairro das Indústrias.
No comunicado, o Executivo confirma o fato e afirma se tratar de “um caso isolado que não condiz com o profissionalismo do quadro de educadores” da cidade. No texto, a Secretaria de Educação afirma que “está tomando todas as providências em relação ao caso, no sentido de prestar assistência à criança e seus pais”. O menino tem 1 ano e 10 meses.
O caso veio à tona nessa terça-feira. Por volta das 22h, o avô da criança postou duas fotos no Facebook com imagens de hematomas nos braços e ombro do menino. Em poucos minutos, a postagem “viralizou”. Até as 17h de ontem, eram mais de 850 compartilhamentos e centenas de mensagens, muitas dessas já ameaçando o suposto agressor.

(SEM LEGENDA)
Na publicação, o avô faz um desabafo. “Gostaria de saber que tipo de qualificação de pessoas que a prefeitura de Estrela faz para escolher os professores?”, questiona. “Meu neto foi agredido brutalmente pelo professor de Música na creche”, acrescenta, citando o nome do suposto agressor.
Ontem pela manhã, familiares do menino foram até a Delegacia da PC para registrar um Boletim de Ocorrência contra o músico, maestro e professor de Estrela. Entretanto, conforme o delegado, José Romaci Reis, houve pedido de sigilo e os detalhes do BO não serão divulgados neste momento.
Detalhes do fato
Tudo aconteceu no turno da tarde. Durante a aula de Música, as crianças estavam sentadas em uma roda. Uma das monitoras descascava as frutas para o lanche que seria servido logo mais e outra estava com uma aluna no colo. Naquele momento, o menino teria batido em uma colega. O professor então o repreendeu e a criança começou a chorar copiosamente. “Foi quando ele, ao que tudo indica, perdeu o controle e usou de força excessiva”, diz o secretário de Educação, Marcelo Mallmann. “Mas nada justifica”, reforça.
Outra denúncia em 2016
Segundo Mallmann, o governo foi comunicado acerca da agressão antes mesmo da postagem do avô no Facebook. “Fomos informados, logo após o ocorrido, pela direção da escola”, diz. Nesse momento, ele dirigiu-se até a creche e solicitou o imediato afastamento do servidor e encaminhou processo de demissão.
Não é a primeira acusação contra o professor de Música, que também atua como maestro em corais religiosos. Em 2016, o Executivo recebeu outra denúncia de suposta agressão. O caso foi averiguado por meio do processo administrativo número 4464. Na oportunidade, afirma Mallmann, não restou comprovado o fato. “Tomamos algumas medidas, como transferência da escola onde ele atuava.”
Hoje o professor atua na Paulo Freire e em outras seis escolas de Educação Infantil no município. Foi contratado pela rede municipal de ensino em 2014, sob a forma de “contrato emergencial” e a admissão dele ocorreu por meio de processos seletivos realizados pela Secretaria de Educação, renovados ano após ano. A última renovação é de dezembro.
Monitoras confirmam agressão
Ainda de acordo com o secretário, foram ouvidas duas monitoras que presenciaram o fato, além do próprio professor e a família do menino. “Os registros são feitos em atas na própria escola. Esses foram encaminhados nessa quarta-feira ao MP e Conselho Tutelar. Há também medidas de proteção à criança, como a disponibilização de profissionais – psicólogo e assistente social – para prestar acompanhamento à criança e família.”
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br