Reprovação atinge 13,7% dos alunos

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Reprovação atinge 13,7% dos alunos

Rendimento em sala de aula reflete a complexidade dos fatores que afetam a vida escolar

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Reprovação atinge 13,7% dos alunos
Vale do Taquari

Nas reuniões entre professores, diretores e demais profissionais da rede estadual de educação do Vale do Taquari, fica claro que as disciplinas em que os alunos da região mais têm dificuldade são Língua Portuguesa e Matemática. A constatação é da responsável pela 3ª Coordenadoria Regional da Educação (CRE), Greicy Weschenfelder.

Na análise dela, a situação preocupa pois as disciplinas são a base às demais áreas do conhecimento. Formada em Letras, Greicy percebe que sua disciplina é uma das mais problemáticas, pois muitos alunos têm dificuldade em interpretar o que leem. “Os nossos índices não estão ainda melhores por causa da Língua Portuguesa. O nosso aluno lê, mas é analfabeto funcional na maioria das vezes.”

 

Luiz Sangali

Para ela, a linguagem é uma questão que perpassa primeiramente a vida em família e em comunidade. “Já começa de bebê, quando eu incentivo a palavra errada. Isso não tem nada a ver com sotaque, com cultura alemã, mas com falar de forma ineficiente, escrever qualquer coisa e não saber o que está lendo.”

Professor faz 37 anos, sendo 33 no Instituto Estadual de Educação Monsenhor Scalabrini, de Encantado, Luiz Sangalli, 62, observa que as matérias taxadas como “monstros” – Matemática, Química e Física – são as que mais reprovam. A disciplina de Português, constata, acabou ganhando crescimento nas aprovações desde que a rede estadual adotou o sistema de conceitos.

Como a Língua Portuguesa pertence à mesma área da Educação Física, das Artes, do Inglês e do Espanhol, acaba sendo “puxada”. Isso porque, explica ele, se um aluno for mal em apenas uma disciplina de cada área, ainda pode ser aprovado. Mesmo assim, o professor acredita que esse método seja o melhor para contemplar as múltiplas inteligências do estudante.

Na Scalabrini, há quatro conceitos que, se fossem traduzidos em notas, equivaleriam a: até 30 pontos (CRA); até 50 pontos (CPA); até 75 pontos (CSA); e acima de 80 (CIA).

Professor de Química, percebe tanto a dificuldade de cálculo quanto a de interpretação, já que, além das atividades práticas em laboratório e fórmulas, também cobra relatórios das atividades. Para ele, o maior problema acontece no 1º ano do Ensino Médio, em função do impacto da troca de ciclos.

Além do deslumbramento com a nova fase, os alunos muitas vezes chegam sem a base esperada. Segundo o docente, o índice de reprovação em sua disciplina nessa série chega a 20%, quase dez vezes maior do que o registrado entre turmas do 2º ano (ele não leciona para o 3º).

Greicy Weschenfelder

Para além da questão pedagógica

No ano passado, dos 21.622 alunos matriculados na rede estadual do Vale, 2.968 reprovaram. O percentual foi o mesmo de 2016, quando a taxa de reprovação também atingiu 13,7%. Greicy reconhece que os números ainda não estão com ela gostaria, mas diz que o Vale “Está dentro de um percentual de razoabilidade e longe de ser o maior índice do estado.”

Vice-diretor do Colégio São José, em Roca Sales, Sangalli consegue comparar duas realidades. Apesar de elogiar a estrutura da rede pública, que “nunca esteve tão bem”, ainda sente falta de uma equipe multidisciplinar que inclua profissionais da saúde, como psicólogos e fonoaudiólogos.

Ao contrário do que ocorre na rede privada, onde os pais prontamente conseguem levar os filhos a um especialista, o aluno da escola estadual entra na fila do SUS. “Até que atendam, já foi o ano, e daí eu tenho que aprovar ou reprovar o aluno”. Segundo ele, quando há um laudo médico, o aluno é aprovado.

Ele mesmo leciona para uma aluna do Ensino Médio que ainda não conhece os números. Sua angústia é saber que ela nunca teve um atendimento especializado. Quase sempre, segundo ele, os bloqueios de aprendizagem são acompanhados de conflitos familiares.

Alunos de 14 ou 15 anos que precisam cuidar do pai com câncer ou da avó doente, que não se relacionam bem com o padrasto ou madrasta, ou o aluno que acabou um namoro e não tem mais ânimo para nada, são alguns exemplos do que um professor encara em sala de aula. “Há alunos que vêm para a escola para ter um pouco de vida social.”

A esses, o educador não pode fazer muito mais do que oferecer alguma amizade. Em seu trabalho de mestrado, Sangalli abordou justamente a questão afetiva na aprendizagem. A conclusão é uma máxima que ele costuma repetir aos alunos: “Vocês têm que gostar ou do professor ou da disciplina. Se não gostarem de nenhum, não vão aprender nunca.”

REPROVAÇÕES NOS ÚLTIMOs 10 ANOS

Fator idade e drogadição

Já a evasão escolar, segundo Greicy, é causada sobretudo por um mal que ela chama de “arrancador de alunos da escola”: as drogas. “Nós, enquanto escola, estamos olhando, mas precisamos de ajuda de toda a sociedade para que juntos a gente pense uma maneira de reverter.”

Índices da coordenadoria indicam que os alunos que mais abandonam as aulas são os do 1º ano do Ensino Médio noturno. Além da drogadição, fatores como rigor do inverno e cansaço causado por uma rotina de trabalho diurno fazem com que o jovem que estuda à noite desista de aprender.

Segundo o promotor da Infância e Juventude de Lajeado, Sérgio Diefenbach, são exatamente os jovens mais fragilizados nas relações escolares que são recrutados para o tráfico ou acabam se viciando em drogas.

“Uma criança ou adolescente que se sente deslocado, que sente a chamada distorção idade/série, se sente inferiorizado e pouco estimulado a continuar na escola”. Apesar de não ter estatísticas sobre casos em que a idade do estudante não condiz com a série, caracteriza a situação como saliente.

Diefenbach já encontrou meninos da 7ª série que não sabem escrever o nome. “Se esse aluno não evadir, se transforma em um problema em sala de aula. Eu diria que esse é um problema gravíssimo na rede pública de ensino.”

Índices de reprovação

Em muitos casos, analisa, a criança reflete uma desordem que começou no ambiente familiar. Quando a educação em casa é deficiente, gera-se o que promotor classifica como “empoderamento distorcido”, ou seja, o menor decide a própria vida sem ter maturidade para tanto. “Num momento de evasão, a família não tem poder de decisão sobre a vida de um adolescente, por exemplo.”

Para ele, a saída passa pela atitude da própria comunidade, de entender que educação deve ser prioridade e de que se envolver com a vida escolar é fundamental. Defender a escola e participar dos debates sobre inovações pedagógicas. Apesar de reconhecer que a falta de verbas é um problema na rede pública, destaca a efetividade de ações simples, que tornam os alunos protagonistas.

Ele cita o caso do Colégio Estadual Borell du Vernay, em Ponta Grossa (PR), com a instalação da Escola Restaurativa. O projeto visa resolver conflitos por meio de círculos de diálogos, em que todos os envolvidos podem ser ouvidos e ajudam a encontrar uma solução. No Youtube, vídeos com depoimentos de alunos mostram como a medida refletiu no bem-estar da escola e no interesse do aluno.

Outro exemplo é o da Escola Municipal Darcy Ribeiro, em São José do Rio Preto (SP), cujo diretor, Diego Mahfouz, ficou entre os dez indicados para o Global Teacher Prize, prêmio geralmente disputado entre docentes de países desenvolvidos e considerado o “Nobel da Educação”.

As medidas que ele adotou incluem mediação de conflitos entre agressores e vítimas de bullying e o acompanhamento da frequência escolar por meio de uma cartelinha para cada aluno. “São detalhes, às vezes não caros, que mudam a dinâmica e tornam a escola um lugar agradável. Só depois disso é que vai se tornar um lugar de aprendizado”, atesta o promotor.

Não se nasce leitor, torna-se leitor

Na Escola Estadual de Ensino Médio Guararapes, de Arroio do Meio, a leitura é sagrada. E não apenas como forma de estudar para alguma prova. Apreciar um livro é um ritual semanal que envolve toda a escola. Com um calendário que alterna dias e horários, todas as disciplinas são contempladas – e o período de 50 minutos se transforma em um momento em que todos param tudo e leem.

Segundo a diretora, Silvana Martins, o projeto de incentivo à leitura existe faz cerca de cinco anos, mas em 2018 ganhou um reforço especial. Com o nome Coloque o Mundo no Mudo, a iniciativa prima pelo contato com o livro de papel. Ela explica que a ideia é desenvolver a consciência digital dos alunos, que hoje estão tão conectados com o on-line.

Alunos da Guararapes exibem livros que estão lendo. Obras variam de romances, ficções à literatura

Alunos da Guararapes exibem livros que estão lendo. Obras variam de romances, ficções à literatura

Enquanto nos outros anos os estudantes podiam levar qualquer material para o momento da leitura, como revistas e jornais, neste, todos devem ter em mãos um livro de literatura. E para surpresa da equipe docente os jovens estão investindo nesse formato. “Às vezes, a família acha que um livro é um investimento alto, mas isso está mudando. Esse movimento de ter o próprio livro vem crescendo.”

Silvana Martins

Bibliotecária da escola, Isolde Klauck concorda. Além de supervisionar a biblioteca, que está cada vez mais movimentada, Isolde ajuda os alunos em compras pessoais de livros. Pesquisa promoções e opções com fretes grátis para compras em quantidade. “Uma turma tem uma prova de um livro que só tem um exemplar na biblioteca, e ele está sobrando, pois a maioria comprou.”

Entre os novos leitores, está o aluno do 2º ano, Cristian Bronjique, 18. De um leitor que “nunca gostou de livros grandes de 300, 400 páginas”, se tornou um leitor voraz, e já ruma para o nicho de autores. Está produzindo um romance, sobre como a relação entre sociedade e suicídio, história que também envolve amor e que ele classifica como “difícil de explicar”.

Já a aluna do 1º ano, Laisa Dias, 17, que costumava ler histórias em quadrinhos e revistas, passou aos romances e ficção científica. “Com aquela brincadeirinha, tu acaba se interessando pela história.”

Teve até educador que pegou o ritmo. Professora de Matemática, Nelci Kronbauer não apenas percebeu que a leitura ajudou seus alunos na interpretação de histórias matemáticas e até a encarar a própria vida, como descobriu um prazer do qual fugia. “Sempre tinha a impressão de que tinha que começar a ler um livro e terminar rapidinho. Agora, não. Às vezes, estou lendo dois, três livros. A escola está proporcionando algo maravilhoso.”

Vera Silveira

Nas disciplinas de Português e Literatura, então, o avanço é exponencial. Responsável por essas aulas, a professora Vera Silveira observa que a maioria dos discentes chega ao Ensino Médio com a leitura muita rasa, lendo apenas quando obrigada. Com o envolvimento no projeto, os jovens evoluem: os questionamentos ficam mais complexos e a capacidade de expressão, medida durante as apresentações e debates, salta. “A avaliação que se faz com quem encarou as atividades com seriedade é ótima. É na cobrança e nesse acompanhamento que eles se tornam leitores.”

Xeque-mate no raciocínio lógico

Desde 2013, a Escola Estadual de Ensino Fundamental Moinhos, em Estrela, adotou o Projeto Xadrez para desenvolver o raciocínio lógico e cognição dos alunos.

Em 2012, após visita de uma coordenadora pedagógica, constatou-se que a escola sofria de defasagem na questão de raciocínio, criatividade e, além disso, era recorrentes casos de agressões entre estudantes.

“O projeto de xadrez iniciou a partir de duas razões principais: a questão cognitiva e a questão comportamental”, afirma a diretora Sandra Ahlert.

Logo que surgiu, o xadrez veio como disciplina obrigatória para os alunos. Assim que os estudantes começaram a aderir ao gosto pelo jogo, a escola constatou a melhora na concentração e no desenvolvimento de raciocínio lógico. As brigas, que até então era comuns no pátio da escola, foram derrubadas pelo “xeque-mate” do xadrez.

Na Escola Moinhos, desde 2013 o xadrez integra o currículo e aumenta a capacidade lógica e de raciocínio dos alunos

Na Escola Moinhos, desde 2013 o xadrez integra o currículo e aumenta a capacidade lógica e de raciocínio dos alunos

Como resultado disso, o aluno do 8º ano, Mateus Gomes, 13, foi o campeão municipal de xadrez deste ano. Ele, que no 5º ano teve problemas comportamentais na escola, segundo a diretora, desde que adotou o xadrez, teve uma crescente melhora nas provas e na disciplina para com os demais colegas .“Ele se dedica muito”, conta Sandra.

Tradição na escola, em todos os eventos que ocorre no prédio do Moinhos, os tabuleiros de xadrez são atrativo para quem visita a sede.

“Me ajudou muito a desenvolver a paciência e a concentração”, garante Mateus.

Índices de reprovação 2

Perguntar. O norte para a evolução

Quando o aluno tem a liberdade de definir a própria vida, como ocorre com a maioria do turno noturno, o desafio é fazê-lo enxergar a educação como prioridade. Professora de Língua Portuguesa e de Inglês na Escola Municipal Leo Joas, em Estrela, Carolina Sulzbach leciona para as turmas de EJA que correspondem ao 6º, 7º, 8º e 9º anos.

Os fatores externos, diz, ainda são os que mais pesam no rendimento dos alunos, especialmente quando eles dividem a rotina de aprendizado com as responsabilidades da fase adulta. Aprendeu que entender o que cada um traz na bagagem é importante para saber direcionar o olhar docente.

“É quase como saber até onde podemos instigar cada aluno, em suas particularidades.” Diferentemente do ensino tradicional, o EJA avalia o aluno ao final de cada semestre, período que corresponde a um ano letivo/série.

No caso de Carolina, é na metade do semestre que ela começa a perceber se o aluno vai seguir ou repetir de ano. Até conversa com aqueles que indicam uma possível evasão ou repetência, mas quando a escola não é a prioridade do momento não há muito o que fazer.

“Há quem melhore no final do semestre, se dedica e consegue avançar, mas infelizmente também há aqueles que desistem de si mesmos, colocam outros planos de vida à frente dos estudos e abandonam a escola, mais uma vez. Sempre é triste ver um estudante abandonar uma chance de um futuro mais digno.”

Para ela, um dos principais norteadores da evolução dos alunos é o questionamento. Perguntas que para muitos podem ser consideradas simples, como se o correto é “ti amo ou te amo”, significam uma conquista para a docente. “Esse tipo de situação me faz sentir com esperança, pois eles estão se importando com a forma da escrita dentro das normas, mesmo que sua linguagem oral seja diferente.”

Carolina Sulzbach

Para a professora das séries iniciais na escola Carlos Gomes, em Marques de Souza, e de Filosofia, Sociologia e História do Colégio Cenecista João Batista de Mello, de Lajeado, Emanuele Amanda Scherer, o importante é que o aluno saiba apropriar-se do conhecimento histórico e formular novas ideias, além de desenvolver autonomia no processo de aprendizagem.

“Instigar a pensar é uma forma de promover o conhecimento que ultrapassa a concepção tradicional de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, o aspecto mais importante a ser avaliado não é o resultado final, e sim o processo a partir do qual ocorreu a aprendizagem significativa.”

Como instrumentos, usa avaliações escritas com diferentes formas de consulta, elaboração de mapas conceituais, fichamentos, análises comparativas e críticas, debates em sala de aula, apresentações orais com diferentes modalidades.

Em um contexto geral, nota que o principal desafio é a desvalorização do pensar, já que o mundo se move a um ritmo em que o ato de parar para refletir pode ser tido como tempo perdido. “A desvalorização do pensamento tem sido um dos grandes desafios para todo aquele que dedica a vida ao conhecimento.”

Desafios da Era Digital

Em Lajeado, cidade-polo do Vale, o índice de aprovação dos quase cinco mil alunos da rede básica municipal foi de 95% no ano passado.

Embora cada escola ainda tenha autonomia para métodos de avaliação e o índice de aprovados tenha aumentado, a questão da evasão ainda é um desafio para as escolas municipais.

Emanuele Scherer

“Assegurar a aprendizagem e a permanência dos alunos na escola é um desafio para todas as redes”, aponta a secretária de Educação Vera Plein.

Segundo ela, a parceria com as famílias, diante deste contexto, sustenta resultados positivos.

“Não há um levantamento oficial sobre a participação dos pais na escola, mas onde sabemos que tem, a diferença nos índices de aprovação chama a atenção”, ressalta.

Frente aos desafios da Era Digital, a rede municipal tem investido na formação continuada dos profissionais da educação. A secretária afirma que diante das tecnologias, por vezes, mal utilizadas pelos alunos, o professor tem o desafio de captar esse estudante por meio de uma aula que consiga atrair a atenção do jovem.

Do que antes era posto como “autoridade” dentro de sala de aula, o professor contemporâneo tem de ser mais carismático e encontrar um método de como ser ouvido ou de como aplicar um método de captar atenção dos alunos. A aula tem que ser prazerosa ao aluno, isso faz com que ele sinta vontade de frequentar a escola.

“Por mais que a internet ofereça respostas a muitas das indagações, os alunos parecem estar mais preocupados com as redes sociais. Esses alunos têm dificuldade de compreender o que o professor transmite.”

Ainda dentro do projeto de formação continuada, para atender as 18 escolas do município, o governo trabalha com a padronização curricular – definindo a mesma carga horária e doutrina estabelecida pela nova base curricular. “Estamos desenvolvendo nossa base municipal. Trabalhando efetivamente na capacitação e na qualidade pedagógica”, conta.

Integração dos currículos

Segundo o secretário de Educação de Estrela e presidente da União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime/RS), Marcelo Mallmann, o primeiro desafio das cidades é a implementação da Base Nacional Curricular e do Referencial Curricular Gaúcho – base comum curricular integrada entre as redes municipal, estadual e privada do RS.

O objetivo do RCG é trabalhar temáticas regionais como história, cultura e diversidade étnico-racial, de forma complementar à Base Nacional. Inicialmente, as mudanças contemplarão a Educação Infantil e o Ensino Fundamental. “Isso vai ser importante para a construção dos currículos em 2019.”

Outro obstáculo está diretamente ligado a investimentos. Segundo ele, o Plano Nacional da Educação, em 2016, instituiu o Custo Aluno-Qualidade Inicial, indicador que mostra quanto deve ser investido ao ano por aluno de cada etapa da educação básica. “Esse financiamento ainda não aconteceu. Estavam previstas novas fontes de recursos para a educação que ainda não aconteceram, como aumento do PIB, royalties de petróleo.”

Para Mallmann, a discussão sobre rendimento escolar é profunda e envolve também os papéis da escola, da família e da sociedade no processo de aprendizagem. “Temos uma estrutura escolar da Revolução Industrial, da produção do conhecimento em massa, e uma realidade de alunos que vivem num mundo digital, de relações. A escola precisa passar por um processo de transformações.”

A devida valorização do profissional do magistério é outro aspecto que ele julga importante para definir os rumos da educação. E é ao empenho dos docentes que ele atribui a qualidade do ensino na região que, apesar de “não ser perfeita, ainda apresenta um nível de resultados um pouco melhor” do que muitas partes do país. “Esse comprometimento dos profissionais que vivem o dia a dia das escolas é o que ainda faz a diferença no Vale.”

Especificamente sobre Estrela, considerando a última década, ele estima que o índice médio de reprovação seja de 6%. Já a evasão gira em torno de 0,6%.

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