Vereadores pedem desvio, prefeito contraria

Encantado - Polêmica sobre pedágios

Vereadores pedem desvio, prefeito contraria

Construção de rota alternativa gera controvérsias entre parlamento e governo

Vereadores pedem desvio, prefeito contraria
Encantado

Retornou à pauta do Legislativo o debate sobre a construção de um desvio para evitar a praça de pedágio em Palmas. Quase um anos após a audiência pública que extraiu consenso quanto à necessidade da obra, vereadores exigem providências por parte da administração municipal.

Conforme o presidente da câmara, Marino Deves (PP), da base do governo, há um “descompasso” entre o que foi definido na atividade que lotou o parlamento em novembro do ano passado e as ações da administração. Segundo ele, nada foi feito para dar resposta à reivindicação unânime de diferentes setores da sociedade em relação a uma rota alternativa.

“Até agora, nada aconteceu. Os pedágios geram uma situação insustentável para a nossa economia”, afirma Deves. De acordo com o vereador, o pedagiamento dificulta o desenvolvimento local, onera a população e gera entraves para a industrialização, turismo, atração de investimentos e o deslocamento dos cidadãos.

 

marino deves

“Anúncios mentirosos”

Deves reclama também da audiência pública em Lajeado sobre a situação das rodovias administradas pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), no dia 12, promovida pelo Ministério Público a pedido da CIC-VT, que não contou com a presença de representantes do município.

O parlamentar classificou ainda como “mentirosos” os anúncios de investimentos para as ERSs 129 e 130 ditos pelo presidente do órgão, Nelson Lídio Nunes, para os próximos seis anos. “Ele vem e apresenta uma planilha de investimentos que aos incautos encanta. Mas quem tem um pouco mais de conhecimento sobre o trabalho da EGR sabe que não passa de mentira deslavada”, dispara.

Carta aos candidatos

Um ofício do Legislativo de Encantado foi encaminhado aos candidatos ao governo do Estado, Assembleia Legislativa e Congresso Nacional. O documento pede o posicionamento dos concorrentes a cargos públicos quanto ao fim da praça de pedágios na cidade. Implantadas em 1998, as chancelas geram inconformidade e prejuízos econômicos para a região alta do Vale, conforme o texto.

luciano moresco

“Pagamos pedágios há 20 anos, mas os retornos são ridículos. As condições de trafegabilidade da nossa rodovia são vergonhosas”, critica o vereador proponente do ofício, Luciano Moresco (PT). Segundo ele, o pedágio significa uma barreira histórica ao desenvolvimento, o que faz com que a região seja preterida em relação a outras em termos de investimentos.

Antes gerida pela empresa concessionária Sulvias, a praça de Encantado passou ao controle da EGR em 2013, com a promessa de redução de tarifa e participação social, por meio dos Conselhos Comunitários das Regiões das Rodovias Pedagiadas (Corepes). Ex-presidente do Corepe local, Moresco afirma que a atual gestão do Piratini “esvaziou” os colegiados, o que fez anular a principal justificativa do novo modelo.

Outra situação destacada pelo parlamentar é da comunidade de Palmas, dividida do centro da cidade pela praça de pedágio. Conforme o vereador, os moradores têm dificuldades para renovar a isenção do pedágio em função da ineficiência do órgão estadual.

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adroaldo conzati

“Sou favorável aos pedágios”

O prefeito Adroaldo Conzatti descarta a possibilidade de construção de uma rota alternativa para contornar a praça de pedágio em seu governo. Segundo ele, o pedágio é uma necessidade para manter a conservação das rodovias.

“É obrigatório manter os pedágios. Em todo o mundo é assim. É preciso que as pessoas tenham consciência que ninguém faz nada de graça”, rebate.

O chefe do Executivo afirma que 20 quilômetros de estradas rurais serão asfaltados até o fim do mandato. As obras fazem parte do Programa de Pavimentação Comunitária, que prevê mais de 80 quilômetros de asfaltamento, o que proporcionaria possibilidades de desvio da praça, pondera.

 

Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br

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