“A gente pode ajudar com um sorriso”

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“A gente pode ajudar com um sorriso”

Nas horas livres, o tenente Gilberto Schmidt, 56, troca a farda pelo nariz vermelho e se transforma no Doutor Tin Tin Poc e leva alegria às crianças, idosos e acamados de Lajeado. Ele é um dos cerca de 50 voluntários…

“A gente pode ajudar com um sorriso”

Nas horas livres, o tenente Gilberto Schmidt, 56, troca a farda pelo nariz vermelho e se transforma no Doutor Tin Tin Poc e leva alegria às crianças, idosos e acamados de Lajeado. Ele é um dos cerca de 50 voluntários do Grupo Doutores-Palhaços Doadores da Alegria.
• Como surgiu o projeto Doutores-Palhaços?
Tínhamos um grupo de policiais militares que doavam sangue em Porto Alegre. Numa certa feita, estava internado um menino chamado Natan e eu pedi para visitá-lo. Quando entrei no quarto, vi que ele estava com o corpo roxo, cor característica da pessoa com leucemia grave. Quando ele olhou para a porta, abriu o sorriso mais bonito que já vi na vida. Ali fardado, bem ostensivo, abracei ele e chorei por dentro. Assim se definiu na minha mente um projeto de trazer alento para essas pessoas. A gente pode ajudar com um sorriso. Duas semanas depois, o Natan acabou vindo a óbito. Mas ficou o projeto em homenagem a esse menino guerreiro.
• Qual a diferença entre o Doutor Tin Tin Poc e o tenente Schmidt?
A diferença é muito grande. O palhaço é alegre, ele dá risada, canta e dá piruetas no chão. O tenente já é um cara mais concentrado na função, tem que observar mais o que está acontecendo ao redor para garantir a segurança. Ele já fica mais sério e carrancudo. Sem dúvida, os dois são diferentes, mas ambos são gente boa e buscam o bem das pessoas.
• Qual foi o momento mais marcante nestes cinco anos de projeto?
Muitas vezes visitamos pessoas que estão lutando com todas suas forças para sobreviver, então, tudo é marcante. Toda visita se torna um momento inesquecível, pois sempre acontece algo diferente e reações diferentes que marcam a nossa vida.
• Com a vivência do projeto, você acredita que o sorriso pode curar doenças?
Os Doadores da Alegria são médicos disfarçados que prestam um serviço importante na saúde das pessoas interagindo com os tratamentos tradicionais. Acredito que sim, o sorriso é mágico. Quando a gente sorri, a gente abre o coração, permite que Deus trabalhe na vida da gente e outras energias positivas entram na nossa vida. Assim é possível encarar o tratamento com mais tranquilidade.
• Você recomendaria a outras pessoas participar do projeto?
Com certeza, toda a pessoa que se dispõe a colocar um nariz vermelho é bem-vinda no grupo. É um trabalho voluntário, então, cada um faz a sua agenda e participa das visitas quando pode.

Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br

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