“O futuro do saneamento básico no cenário de crise fiscal: desafios e soluções” foi o tema central do seminário promovido nessa sexta-feira, 14, no Hotel Baviera. O projeto em andamento em Teutônia, experiências de outros municípios e a relação entre saneamento e saúde pública também foram abordados.
A atividade foi organizada pela empresa Radar PPP, especializada no ramo de parcerias público-privadas. Conforme o sócio-diretor, Bruno Ramos Pereira, o objetivo foi contribuir com o debate público sobre abastecimento de água e esgotamento sanitário. Segundo ele, trata-se de um problema nacional, cuja solução depende do envolvimento de todos os setores da sociedade.
“Assim como diversas outras cidades brasileiras, o esgoto ainda não é coletado e tratado em Teutônia. É um assunto de fundamental importância a ser debatido entre gestores, formadores de opinião e academia. A cidade como um todo precisa ter consciência de que é necessário encarar isso como uma política pública”, destaca Pereira.
As interfaces entre saneamento, desenvolvimento local e saúde pública foram apresentadas pelo engenheiro ambiental Tiago Tomazzon, professor da Universidade de Caxias do Sul. As características da Bacia Hidrográfica Taquari-Antas fizeram parte da palestra do presidente o comitê de gerenciamento, Julio Salecker.
As expectativas em relação ao projeto de esgotamento sanitário de Teutônia, em fase inicial de formulação, pautaram a participação dos membros da Associação de Desenvolvimento de Languiru (APDL). Experiências de outras cidades foram compartilhadas por representantes do Centro de Tratamento de Resíduos de Três de Maio e da Agência de Regulação dos Serviços Públicos Delegados de São Gabriel.
Desafio coletivo
A abertura do evento coube ao prefeito Jonatan Brönstrup. Ele anunciou que o projeto de coleta e tratamento de esgoto da cidade será apresentado em janeiro de 2019. Desenvolvido por meio de uma parceria entre a administração municipal e APDL, o estudo promete mapear as necessidades e apresentar um sistema para contemplar todo o perímetro urbano.
Segundo o chefe do Executivo, o tema merece toda a atenção do poder público e o empenho coletivo. “Ser prefeito de Teutônia se torna mais fácil em função na nossa característica de cooperativismo e associativismo. Os desafios que temos nós enfrentamos em conjunto”, disse.
Conforme o presidente da APDL, Gerson Redecker, a primeira etapa para a a implantação do sistema foi o mapeamento topográfico de altíssima precisão concluído em fevereiro deste ano, no valor de R$ 85 mil. Agora está em andamento o projeto de saneamento, incluindo o desenho das tubulações e localização das estações de tratamento, no valor de R$ 61,5 mil.
De acordo com dados da Agência Nacional de Águas (ANA), 83% da população urbana de Teutônia utiliza fossa séptica. No entanto, a coleta de esgoto representa apenas 2%, e o tratamento ainda é inexistente.
O subsecretário de Planejamento e Mobilidade Urbana, Clemir Tavares de Jesus, afirma que a administração trabalha também na revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico, conforme determinação legal. Após a conclusão do projeto, a fase seguinte será a definição de como o sistema será viabilizado financeiramente. A captação de recursos via Fundação Nacional de Saúde (Funasa) ou a criação de parceria público-privada (PPP) são algumas das alternativas.
Alexandre Miorim: alexandre@jornalahora.inf.br