É preciso agir agora

Editorial

É preciso agir agora

A reportagem especial desta edição, sobre o avanço da Vila dos Papeleiros, às margens da ERS-130, em Lajeado, é um alerta para o Estado e o município. Faz poucos anos, instalaram-se no local recicladores de material inorgânico. Não demorou para…

A reportagem especial desta edição, sobre o avanço da Vila dos Papeleiros, às margens da ERS-130, em Lajeado, é um alerta para o Estado e o município. Faz poucos anos, instalaram-se no local recicladores de material inorgânico. Não demorou para o número de famílias se multiplicar.
A área ocupada pelos moradores aumenta para todos os lados e ergue um problema social e econômico. O primeiro, é sobre a situação degradante pela qual estão expostas as famílias que moram na vila. Não tem – nem haveria de ter – condições de saneamento e infraestrutura mínimas para viver com dignidade. Segundo, trata-se de habitação clandestina, instalada em área de domínio do governo estadual, onde, num futuro próximo, será construída mais uma pista, atendendo ao pedido de duplicação da rodovia.
As duas questões já sustentam uma intervenção governamental no espaço. Quanto mais crescer e deixar a pobreza se assentar, mais difícil será para resolver e retirá-los do local. Exemplo de ocupações irregulares, que começam pequenas e acabam grandes, se multiplicam estado afora.
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Em Porto Alegre, na entrada da cidade, onde hoje está construída a Arena do Grêmio, havia – e ainda existe, mas menor – uma vila de papeleiros com milhares de moradores. O espaço cresceu ao longo de anos sem que os governos tomassem atitudes de amparo e de ordenamento para frear o crescimento. Quando interviram, perceberam o tamanho do problema e da dificuldade para reassentar as famílias e retirá-las do lugar. O impasse retardou obras previstas para o entorno e o custo de remoção foi bem mais alto do que se tivesse sido tratado na origem.
O exemplo da capital serve de alerta. Em Lajeado, são recém dez famílias. Ainda é possível, mediante mecanismos existentes na gestão pública, impedir que o problema se alastre. Uma intervenção se sustenta por dois motivos óbvios: o município não pode permitir que famílias de baixa renda, sem teto, se abriguem numa vila clandestina – mesmo que insistam em ficar lá – e sejam expostas a um cotidiano degradante e permissivo. A outra questão recai sobre o Estado, responsável pela área onde estão as moradias. Juntos, precisam buscar saídas e soluções plausíveis para que um problema que ainda é pequeno não tome proporções cada vez mais complexas e de difícil resolutividade.

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