A audiência pública realizada ontem de manhã, no auditório do Ministério Público de Lajeado, deixou claro, mais uma vez, a insatisfação generalizada da comunidade regional com o serviço prestado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
O encontro foi provocado pela Câmara de Indústria e Comércio (CIC-VT), entidade que lidera movimento a favor de melhorias na infraestrutura viária da região. O Vale do Taquari está cercado de pedágios. Faz anos, o dinheiro arrecadado nos postos não reverte em obras de impacto para as rodovias.
A EGR, criada ainda pelo governo de Tarso Genro, nasceu do apelo estadual em diminuir o preço das tarifas e de usar a arredação para melhorias nas estradas gaúchas. Passados mais de quatro anos, a criação da estatal se confirma fracassada. A readaptação proposta pelo governo de José Ivo Sartori foi insuficiente para tirar a empresa do marasmo.
Engessada por um custo fixo elevado, cuja folha de pagamento consome boa parte do que arrecada, a EGR precisa ser reavaliada. As reclamações e cobranças feitas ao presidente, ontem de manhã, são coerentes e pontuais.
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As obras de grande porte, como duplicações, trevos e novas pistas ficaram na promessa. Percentual mínimo daquilo que ficou acordado com os Corepes – na concepção original da EGR – se consolidou. As queixas dos líderes regionais são justas e necessárias.
O desafio é encontrar um modelo mais eficaz. Na campanha eleitoral em curso, a extinção ou a manutenção da EGR está entre as principais discussões. Afinal, o custo do pedágio e o estado das estradas impactam diretamente na vida de toda a população gaúcha. Como está, não pode ficar. Já não faz mais sentido sustentar uma empresa que não consegue atender as demandas da sociedade, muito menos resolver os problemas gritantes de infraestrutura viária.
A privatização parece o caminho mais sólido diante de um estado mergulhado em dificuldades financeiras e ilegítimo para administrar as praças de pedágio. Cada pronunciamento dos candidatos ao governo gaúcho sobre a EGR é oportunidade para a sociedade descobrir qual a proposta individual dos postulantes. Assim como para tantas outras coisas, a eleição é o momento propício para o cidadão interferir no futuro da EGR e também no sistema de exploração e manutenção das rodovias estaduais.
Editorial
Queixas refeitas
A audiência pública realizada ontem de manhã, no auditório do Ministério Público de Lajeado, deixou claro, mais uma vez, a insatisfação generalizada da comunidade regional com o serviço prestado pela Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR). O encontro foi provocado pela…