O atentado ao candidato a presidente da República Jair Bolsonaro, na semana passada, continua sendo o tema central das eleições em curso. E não é por menos. Dois fatos gravíssimos se sobressaem em meio a tudo que se falou, ouviu e discutiu até aqui.
O primeiro é que a integridade física de Bolsonaro, independentemente de suas ideologias ou opiniões, precisa ser resguardada e garantida. Não é de violência que o país precisa neste momento. O outro é a necessidade de preservar a democracia, sem permitir que eventos como o registrado em Juiz de Fora se tornem subterfúgios para encarar ou muito menos resolver os problemas do país.
Até a semana passada, a campanha eleitoral era sustentada em ataques e contra-ataques. Candidatos, em sua grande maioria, muito mais preocupados em falar mal do concorrente do que em apresentar saídas e rumos para o país deixar a letargia e a crise para trás.
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Com a facada desferida na barriga de Bolsonaro, todos os partidos baixaram a guarda. Tiveram grandeza ao sensibilizar-se com o candidato militar e repudiar com veemência o ato violento. Mais do que isso, regravaram os programas eleitorais e retiraram da estratégia os materiais mais ofensivos.
A campanha tomou novos rumos e mudou o comportamento. O atentado serve para que todos, em especial políticos e militantes envolvidos na campanha, reflitam sobre o que está em jogo e tratem de conter qualquer ato de inspiração autoritária e ilegal.
De um modo geral, é preciso enfrentar o clima de exacerbação, de confronto e de intolerância que estava ficando cada vez mais denso até a quinta-feira passada. A campanha eleitoral precisa ocorrer dentro dos limite da convivência civilizada entre opostos, respeitando-se as divergências.
Somos uma democracia jovem e teremos neste ano a sétima eleição direta, depois de institucionalizada a redemocratização pela Constituição de 88. São três décadas de avanços, ainda que lentos, e de estabilidade administrativa que precisam ser defendidos e incorporados pela sociedade como patrimônio da nação.
Editorial
Preservar a democracia
O atentado ao candidato a presidente da República Jair Bolsonaro, na semana passada, continua sendo o tema central das eleições em curso. E não é por menos. Dois fatos gravíssimos se sobressaem em meio a tudo que se falou, ouviu…