A convite do promotor de Justiça Sérgio da Fonseca Diefenbach, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) foi convocada para uma audiência pública sobre a duplicação de rodovias estaduais no Vale do Taquari.
O evento ocorre nesta manhã no auditório das Promotorias de Justiça de Lajeado, com início às 9h.
De acordo com Diefenbach, o objetivo da audiência pública é dar espaço para que a EGR preste esclarecimentos à sociedade sobre os investimentos e serviços prestados pela autarquia no Vale do Taquari.
“A comunidade terá a oportunidade de ouvir e questionar os atos dessa empresa”, afirma o promotor”.
O encontro parte de uma reclamação protocolada pela Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC Vale do Taquari) a respeito de ausência de respostas por parte da EGR em relação à duplicação e ampliação de trechos nas rodovias ERS 129 e 130, bem como a 453.

Motoristas que trafegam em ambos sentidos da ERS-130 enfrentam congestionamento diários nos horários de pico e perigos pela má condição do asfalto
Pedágios
Para quem roda com frequência pelas ERS-129 e 130 em direção a Santa Cruz do Sul, chamam a atenção as falhas asfálticas, buracos e congestionamentos em ambos os lados da rodovia que é de pista simples.
Com dois pedágios no trecho, cada uma custando R$ 7, no retorno, o motorista terá pago R$ 28 de tarifa.
“Isso tem que ser duplicado o quanto antes, a cada ano muita gente morre nesta estrada”, conta o agrônomo Marino Stacke, 53. Segundo ele, “nem dá para chamar de asfalto o que a EGR oferece à sociedade.”
“Nota zero”
Para o motorista Jaci Valdir, 57, que tem como rotina de sua empresa de pinturas e reformas as rodovias da região, a nota para o serviço prestado pela EGR, numa escala de 0 a 10, seria 0.
“A qualidade do asfalto é uma vergonha. Lamentável”, desabafa.
Tráfego
Segundo a EGR, na região do Vale, a estatal trabalha com projetos de aumento de capacidade das rodovias, integrado por implantação de terceiras-faixas e melhoramento de interseções, por exemplo, que são medidas possíveis de serem adotadas considerada a arrecadação das praças de pedágio e que promovem a fluidez do tráfego nas rodovias.
“Não há no momento previsão de revisão de valores de tarifas”, garante a autarquia.
Falhas
Em relação à demora para reformas asfálticas, a EGR aponta que neste ano alguns episódios em sequência atrasaram a execução do cronograma de serviços, como a falta de fornecimento de asfalto por parte da Petrobras por um longo período, como a greve dos caminhoneiros e o recente período prolongado de chuvas.
“Apesar disso, a EGR tem trabalhado intensamente na manutenção das rodovias do Vale do Taquari. Para citar um exemplo, a RSC-453 já está recebendo, nas obras de manutenção, asfalto modificado com adição de borracha, que aumenta a durabilidade do pavimento”.
Cristiano Duarte: cristiano@jornalahora.inf.br