Em tempos em que a vida se torna cada vez mais pública e visual, a mente humana se sobrecarrega de expectativas e acaba por não dar conta de processar tudo aquilo que passa.
Como resultado, estresse, ansiedade, síndromes psíquicas e autopunição assolam pessoas todos os dias. Para equilibrar esse turbilhão de pensamentos de quem vive uma rotina agitada, terapias alternativas como a meditação ativa foram desenvolvidas.
Criada por Osho, a técnica de meditação contemporânea torna sua prática possível para qualquer pessoa. De acordo com o terapeuta holístico e orientador de meditação e autoconhecimento da Meditar, Eduardo Finkler, 35, essa é uma maneira rápida, intensa e profunda para quebrar velhos padrões enraizados no corpo-mente.
“Tendemos a manter nossa mente presa ao passado e isso não nos impulsiona para frente. E se por um lado as pessoas se prendem ao que já se foi, também temem o futuro. A meditação auxilia o autoconhecimento para que se viva o agora, sem medos e expectativas que nos causem impedimentos”, explica.
Como funciona
Conforme Finkler, é impossível qualquer pessoa meditar se existe uma grande carga energética negativa dentro dela. “Para isso, Osho desenvolveu uma técnica que, antes de tudo, faz essa pessoa liberar toda essa raiva, medo e frustração, para enfim alcançar o estado de meditação”, conta.
Ao contrário da ideia da maioria, de que meditação é simplesmente não pensar em nada, a técnica exige que o praticante fique continuamente alerta, consciente, atento em qualquer coisa que fizer. “A nossa cultura nos ensina a conter todos os sentimentos. Que uma pessoa boa não sente raiva e não age errado. Somos humanos! Sentimos tudo isso sim, e reprimir essa energia negativa só acumula mal-estar, estresse e ansiedade”, diz o terapeuta holístico.
Uma solução para isso é literalmente descontar e liberar todas as frustrações e energias negativas. “Não devemos descontar nos outros ou no próprio corpo. Mas uma almofada não vai reclamar e nem se ofender se você descarregar nela todo o estresse do seu dia”, indica.
Pular, gritar e extravasar é o primeiro passo para, só então, conseguir de fato acalmar a mente e equilibrar energias. “Não adianta eu ficar pensando que sou uma pessoa boa e, de fato posso ser, e não me permitir sentir raiva, por exemplo. Reprimir isso só faz com que acumulemos uma energia que não queremos ter dentro de nós”, diz. Mesmo educados a reprimir o que não é visto como bom, a primeira etapa da técnica instrui que o praticante não permita que sua mente interfira com o que está acontecendo. Ele deve agir apenas seguindo sentimentos e emoções.
O segundo dos quatro estágios é o caminho da paz interior. “É o momento de observarmos e vivenciarmos as qualidades da nossa alma. Despertar a gratidão, o perdão a si mesmo, o amor próprio e a alegria”, explica.
Durante a meditação ativa, o terapeuta holístico induz algumas falas e traz assuntos à tona. “Deus é o amor em toda a sua forma, também é a nossa consciência e autoconsciência. O que as pessoas precisam entender é que cada um de nós é divino e que é autoamor reconhecer a divindade que existe dentro de nós”, reflete.
O terceiro e o quarto estágios são de autoconhecimento e observação de si mesmo. “As pessoas costumam analisar a si e aos outros. Mas análises são feitas com base em julgamentos fundamentados na nossa vivência pessoal. Observar é diferente. É simplesmente ver, notar e respeitar as próprias características. Afinal, a nossa única prisão é a própria mente”, diz.