A pesquisa sobre as intenções de voto à presidência vai além do momento de cada candidato. Também mostra que o início do horário eleitoral gratuito tem efeito direto na queda nos percentuais de indecisos.
Duas semanas atrás, 38% dos ouvidos pelo Ibope afirmavam que votariam em branco, nulo ou não respondiam. Depois de cinco dias de propaganda nos meios de comunicação, de entrevistas nas grandes redes televisivas, esse número caiu 10%.
De fato, no imaginário coletivo, a eleição inicia quando interfere no horário da programação do rádio e da tevê. Os eleitores começaram a ter mais informações sobre candidatos, estão vendo os debates, as rusgas na internet e um pouco das propostas.
Neste feriado da Semana da Pátria, tem-se um momento oportuno para pesquisar candidatos, conhecer um pouco mais do histórico de cada postulante. Faltam 30 dias para o primeiro turno, e cada eleitor terá de escolher (ou não) cinco nomes para diferentes funções.
Ainda que a escolha do presidente da República provoque mais reações, alimente as paixões e os ranços, a definição do Congresso Nacional representa muito no caminho que será trilhado nos próximos anos.
É no parlamento onde as leis são discutidas, votadas e aprovadas. Nesse sistema democrático representativo, os grupos de poder conhecem bem essa importância e estabelecem relações para garantir seus interesses.
Esse mesmo movimento ocorre nas alianças políticas entre políticos de determinadas regiões –os vereadores, prefeitos, sindicalistas e militantes – ao reforçarem as trincheiras para determinado candidato. Seja por ter encaminhado emendas parlamentares ou por ter uma identidade ligada aos limites onde nasceu, constituiu carreira profissional e política.
Como resultado, ao depender da formação do Congresso, o presidente terá ou não condições de implantar suas ideias? O apoio medido pelo número de votos dos eleitores não é garantia de que as propostas do escolhido tenham sucesso ou mesmo que sejam postas em prática. Essa análise é fundamental para compreender as peculiaridades da democracia nacional. Por isso, mais do que nunca, ter consciência dessas nuances e usar a razão para a melhor escolha é um dever de cada eleitor antes de digitar os números e apertar o botão verde.
