“Lugar de mulher é onde ela quiser”

Notícia

“Lugar de mulher é onde ela quiser”

Marcele Follmann, a “Pikena”, 23, é conhecida na região por disputar competições de futebol e futsal. Capitã da AEF, é uma das referências do time, líder do grupo A no estadual feminino. • Já sofreu com algum tipo de preconceito…

“Lugar de mulher é onde ela quiser”

Marcele Follmann, a “Pikena”, 23, é conhecida na região por disputar competições de futebol e futsal. Capitã da AEF, é uma das referências do time, líder do grupo A no estadual feminino.
• Já sofreu com algum tipo de preconceito por ser uma mulher que joga bola?
Graças a Deus nunca sofri, bem pelo contrário, sempre tive o maior apoio. Além do mais, cresci em meio à gurizada praticando o esporte, onde jamais me rejeitaram ou me excluíam do jogo pelo fato de ser menina. E isso faz valer que “lugar de mulher é onde ela quiser”, por mais que menina ou mulher que joga futebol causa um certo espanto a alguns ainda, isso não deve ser um empecilho de deixar que meninas sonhem em se tornar grandes jogadoras de futebol.
• Como você avalia o crescimento do futebol feminino? As barreiras do machismo estão sendo ultrapassadas?
Penso que aos poucos o futebol feminino vem tomando espaço, porém ainda não é reconhecido de forma merecida. Em pensar que, muitas meninas, assim como eu, saem de casa e buscam fazer o que gostam por amor a camiseta, ou então, por amor ao esporte, sem pensar em custos, e jogam pela parceria e união da equipe, pois quando se gosta, fazemos qualquer coisa pra isso acontecer.
Além do mais, o fato “mulher sair pra jogar bola” ainda é contestada por muitos, pois acham que marcas roxas, contusões ou fraturas não podem ser sofridas por mulheres, que mulher fique só “em cima do salto” ou então que faça os serviços domésticos, mas não vejo isso como um problema, pois muitas mulheres que vivem assim, usam o futebol como lazer ou passatempo para tirar o estresse do dia a dia.
E mais, por mais que mulheres não apareçam tanto em mídias, não recebem altos salários, ou não recebem tantos patrocínios, mulher também joga, e a maior felicidade mesmo é ver quando existe o apoio e incentivo, quando o pessoal se reúne e vem torcer, isso é gratificante.
• O que falta para o futebol feminino ser mais reconhecido e elevar a profissionalização das atletas e da categoria como um todo?
Eu ainda vejo um futuro grande para o futebol feminino, talvez não evolua de forma repentina, mas com o incentivo de projetos, trabalhos, e espaços, as mulheres também começarão a ter seus méritos no futebol.
• Isso é difícil?
Com certeza fácil não é, mas quando tem quem queira e garotas que buscam seu lugar nos gramados ou quadras, há de se ter um futuro promissor. Importante é não jamais desistir, pois quando se quer, nada é impossível. A força de vontade, e determinação atravessam qualquer barreira, seja você mulher ou homem, basta querer! E digo mais, principalmente as meninas que estão começando agora, não é porque você encontrou pedras no caminho na primeira tentativa que você deve desistir, elas somente te farão crescer e aprender mais ainda, e lá na frente com certeza serão lembradas e te farão uma grande atleta, pois cada uma tem seu potencial. “Joga que nem mulher!!”

Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br

Acompanhe
nossas
redes sociais