“Tradição não se vende. Se vive eternamente”

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“Tradição não se vende. Se vive eternamente”

Madison Motta nasceu em São Gabriel, em 1982. Pai da Isabella e do Thalles, o tradicionalista se aperfeiçoa na música, na doma e na narração de rodeios. • Como você iniciou na lida campeira Meu primeiro contato com rodeios ocorreu…

“Tradição não se vende. Se vive eternamente”

Madison Motta nasceu em São Gabriel, em 1982. Pai da Isabella e do Thalles, o tradicionalista se aperfeiçoa na música, na doma e na narração de rodeios.
• Como você iniciou na lida campeira
Meu primeiro contato com rodeios ocorreu em São Gabriel. A cidade toda gira em torno da tradição gaúcha. Rodeios, cavalgadas, desfiles. Sempre fui envolvido com a invernada artística. Participava dos rodeios já com 10 anos de idade. Fazia laço e rédea. Mas já assistia há mais tempo. Lá a gente se cria nisso. E logo senti que ali era o meu lugar, onde me sentia em casa, feliz. Estudava e me comportava no colégio só para ir ao rodeio, subir no cavalo. E o cavalo foi a base de tudo.
• O aprendizado cultural veio do campo?
Vamos morrer aprendendo sobre o Rio Grande. Na escola, eu aprendia um pouco, pois lá na fronteira se cobra muito isso na sala de aula. Mas foi no CTG que eu agucei a curiosidade. Fui peão adulto do CTG Tarumã, de São Gabriel. Tinha que estudar muito sobre a nossa cultura. A parte campeira, artística e cultural. Tinha que saber ferrar e tosar cavalo, laçar boi, curar terneiro, fazer carreteiro de panela, carregar uma ovelha nos arreios e esquilar. Tem bastante coisa para ser um peão completo. Saber tudo sobre o chão onde eu nasci.
• E como a música entrou na sua vida?
Tradição e folclore não se comercializa e nem se dimensiona. A gente vive eternamente. Lá em São Gabriel eu fazia verso de improviso, Trova de Martelo. Lá só cantei uma vez, Chasque para Dom Munhoz, de Gaspar Machado. Já em Lajeado eu comecei a fazer essas brincadeiras nos churrascos, onde conheci e gravei CD com o grupo Bate-Casco. Depois montei dueto com amigo de Santa Bárbara, Vinicius de Freitas. Cantamos dois anos pelo Rio Grande e gravamos um CD que ainda toca nas rádios.
• E a narração de rodeio? Como surgiu?
Também tenho uma escola de montaria, onde buscamos manter a tradição do cavalo e da natureza junto às crianças. E tenho programa na rádio online Campeira FM. Então sigo sempre envolvido. E as narrações foram surgindo de brincadeira. Porém, recentemente, fiz curso e prova em Marau para ser narrador de provas de rédea, tiro de laço e gineteada, credenciado pelo MTG. Graças a Deus fui aprovado e já estou faz um ano narrando rodeios. Um grande prazer!

Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br

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