Tesouros destruídos

Editorial

Tesouros destruídos

O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, guardava riquezas incalculáveis da humanidade, da ciência e da história do país. Relíquias que jamais serão vistas novamente. O incêndio foi um desastre para o Brasil e teve repercussão internacional tamanha a importância…

O Museu Nacional, no Rio de Janeiro, guardava riquezas incalculáveis da humanidade, da ciência e da história do país. Relíquias que jamais serão vistas novamente. O incêndio foi um desastre para o Brasil e teve repercussão internacional tamanha a importância patrimonial perdida no sinistro.
No acervo, estavam peças singulares. Descobertas dos arqueólogos e pesquisadores que ajudavam a contar o passado da América e também a explicar a evolução humana. As causas do fogo ainda são uma incógnita. Em um primeiro momento, a hipótese é de que um balão tenha começado as chamas.
Além de descobrir as causas, outros dois aspectos são prioritários para a análise desse fato. Primeiro: os governos são omissos com os setores da ciência, cultura e artes. Depois: é preciso aprender com essa perda irreparável.
No primeiro quesito, é evidente o descaso com o patrimônio e com os marcos históricos da nação. Cabe ressaltar também que, além dos entes públicos, grande parte da população também deixa em um plano inferior o cuidado com os acervos. Não há uma relação de pertencimento, de memória e afeto aos tesouros históricos e culturais.
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Para confirmar essa premissa, basta olhar ao redor. No Vale do Taquari, prédios históricos em ruínas. Como o caso da casa de Bruno Born, em Lajeado, ou da Casa do Morro, em Cruzeiro do Sul. Esses dois exemplos servem para ilustrar uma verdade inconveniente. A sociedade brasileira, salvo exceções, também não tem como prioridade de vida a cultura, a história e o conhecimento.
Como forma de multiplicar essa relação entre vida individual e cuidado com o patrimônio imaterial, é preciso uma ação governamental. No momento em que os agentes públicos mobilizarem a massa para disseminar o apreço e o cuidado com a memória coletiva, a tendência é de recuperar esse sentimento.
Sobre o aprendizado com o desastre, toda a nação espera que seja a última vez. A psicologia ajuda a entender. Muitas vezes, o valor de algo só é reconhecido quando foi perdido. Tanto os governantes quanto a comunidade precisam voltar os olhos para o Rio de Janeiro e mudar o comportamento. Tanto no quesito de investimento e políticas públicas quanto na busca por informações sobre quais riquezas estão naquele patrimônio.

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