Moradores do bairro Navegantes ligaram para a Polícia Civil (PC) por volta de 8h30min de ontem para comunicar a presença de um corpo na rua Tiradentes, próximo à esquina com outra viela, a Tranquilo Alberton. Sob uma lona improvisada junto a um casebre, ao lado de duas garrafas de cachaça, e cercado por quatro cachorros, Sérgio Antônio Teloken, 61, estava morto fazia algumas horas.
Conhecido popularmente como “Teleguinha” em Arroio do Meio e na região, ele morava em uma pequena casa de alvenaria construída próximo ao local do óbito. No mesmo terreno, ele criava os cães. Segundo médicos que cuidavam da saúde dele, nos últimos meses, apresentava “problemas cardíacos e também de circulação”.
Teleguinha nasceu no dia 27 de abril de 1957. Após a morte do pai, décadas atrás, os problemas dele com as bebidas alcóolicas se acentuaram, dizem moradores. Recentemente, estava internado no Hospital São José para recuperação. Na noite de domingo, porém, teria recaído no vício. “Havia duas garrafas de cachaça junto ao corpo”, confirma o delegado, João Alberto Selig.
Ainda de acordo com o chefe da PC na cidade, Teleguinha apresentava pelo menos um ferimento na cabeça, na parte frontal. Entretanto, de acordo com o policial, a causa da morte foi a própria enfermidade do “famoso” morador do bairro Navegantes. “Provavelmente ele bebeu, passou mal e caiu, batendo o rosto no chão antes de morrer. Não há qualquer indício de agressão. A médica foi ao local e atestou a morte em função das doenças”, sustenta.
O morador do bairro Navegantes não tinha emprego fixo na cidade, e era auxiliado por moradores vizinhos. Trabalhava como catador de resíduos recicláveis, mas estava bastante debilitado nos últimos anos.
Acompanhamento do Cras
A equipe do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) acompanhava Teleguinha desde 2014, informa a assessoria de imprensa de Arroio do Meio. Neste período de quatro anos, o catador passou por diversas internações para o tratamento de alcoolismo, assim como recebeu auxílio no encaminhamento de benefício do auxílio-doença.
Teleguinha também era atendido diariamente por uma equipe do posto de saúde do bairro. Recebia os médicos em casa. Era tratado com medicação injetável. Além disso, a administração municipal havia garantido uma vaga para ele em uma “casa-lar”, para onde iria nos próximos dias. Recentemente, o Cras localizou dois irmãos de sangue dele.
Rodrigo Martini: rodrigomartini@jornalahora.inf.br
