O técnico de manutenção Luís Carlos Ferrarini, 34, encontrou na fotografia uma maneira de ver o mundo diferente.
• Quando surgiu a paixão pela fotografia?
Desde pequeno sempre andei com câmera na mão. Primeiro as analógicas, depois as digitais. Nunca gostava de aparecer nas fotos e sim atrás da lente. Lembro- me que quando tinha 11 anos tive que fazer uma miniexposição fotográfica na escola. Acho que ali nasceu um fotógrafo.
• Como transferir a sensibilidade do fotógrafo para a imagem e fazer com que isso toque o coração das pessoas?
Concentração total e paixão. Você tem que estar atento ao instante exato. Acredito que o fotógrafo consegue isso devido à sua personalidade e ao amor pelo que faz.
• Quais os tipos de fotografia que mais lhe marcam? Por quê?
Fotografias de esportes em geral me ganham. Aquele momento exato que o atacante domina a bola, a expressão do rosto. Ou mesmo aquele momento em que o corredor sofre na chegada da corrida, músculos exaustos, cara de dor ou de alegria. Esses cliques me fazem ganhar o dia. Fotos de natureza também, pôr-do-sol por exemplo alimentam meu fascínio por foto.
• Alguma vez esteve numa situação embaraçosa ou engraçada enquanto fotógrafo?
Em 2004 estava trabalhando para um jornal que precisava de foto do jogo entre Lajeadense x São José, de Cachoeira, aqui no Florestal. Lá fui eu fotografar. Eis que no final do jogo a torcida do São José invadiu o campo e a do Lajeadense também. E lá sobraram pedras e pilhas pra todo lado. Acabei saindo de lá pelo vestiário da arbitragem com um corte de 5 cm na cabeça causado por uma pilha grande. O Lajeadense e o São José conquistaram um ponto aquela tarde, e eu conquistei cinco pontos, na cabeça, lá no hospital.
• Por que a fotografia é importante para a sociedade?
Jornalisticamente é fundamental. Texto e foto se completam. Um texto fica excelente quando tem uma imagem que o acompanha. Sem falar na lembrança que a foto traz. Um dia, todos viveremos somente de lembranças. E lá iremos nós buscar aquela caixa velha de fotos para lembrar do passado ou matar a saudade de alguém.
• Que tipo de preparação você faz antes de fotografar?
Busco referências. Tento conhecer ao máximo os clientes, saber do que gostam e do que não gostam para saber qual linha seguir. Dependendo do trabalho, busco inspiração em colegas fotógrafos, nunca deixando de aplicar a minha ótica e personalidade nos cliques.
• Uma imagem vale mais que mil palavras? Por quê?
Sou suspeito pra falar, mas acredito que sim. Vejo pessoas que choram ao ver uma foto, sem que fosse dito nada antes. Que se emocionam ou ficam chocadas com a foto sem antes ler o texto que a acompanha. Foto emociona porque é a arte de congelar o tempo.
Ezequiel Neitzke: ezequiel@jornalahora.inf.br